quinta-feira, 20 de maio de 2010

QUEM FAZ REPOSIÇÃO HORMONAL NÃO PRECISA ENTRAR EM PÂNICO!!

Amadas amigas do blog, nesta linda quinta feira iluminada eu venho falar sobre reposição hormonal na menopausa.

O assunto deve ser lido com atenção pois a menopausa está no caminho de todas nós.

Quem trata do Assunto é o Dr. Ramiro Gialuisi, entendido da ginecologia com alto respaldo técnico.

Ele diz que há cerca de 40 anos, na década de 60, as mulheres começaram a se libertar dos sintomas e compensar as alterações orgânicas da menopausa, quando a indústria farmacêutica iniciou a produção de hormônios específicos para este fim.

Desde então os ginecologistas puderam receitar os primeiros remédios lançados nas farmácias.

Com o passar dos anos, as formulações foram sendo aperfeiçoadas em conseqüência de inúmeros estudos e pesquisas, chegando-se à conclusão de que menor dosagem hormonal nos produtos e diferentes esquemas de utilização produziam o efeito desejado.

Inicialmente a administração, que era sempre por via oral, aperfeiçoou-se com medicações absorvíveis por via transdérmica, vaginal e até nasal.

A reposição hormonal demonstrou inquestionáveis benefícios, tais como o controle dos fogachos (calores), da redução da perda óssea, da manutenção da saúde urogenital, da sexualidade, da libido, da vitalidade de mucosas e pele e, finalmente, como conseqüência, a melhora da auto-estima junto ao bem estar físico e mental.

Posteriormente, novos estudos demonstraram uma possível proteção contra as doenças degenerativas do coração e, mais recentemente, como uma forma de prevenir ou postergar a doença de Alzheimer.

No ano de 2000, um estado chamado "HERS", questionou, e até mesmo concluiu, que os benefícios na esfera cardíaca eram inexistentes para mulheres que já portassem alterações do coração e que a reposição poderia beneficiar apenas aquelas saudáveis nessa área.

O maior cuidado, contudo,desde o início da terapêutica de reposição hormonal, é que se sabia que ela traria um maior risco de câncer mamário e de trombose em mulheres susceptíveis a estas patologias.

Os estudos e trabalhos sobre o risco de câncer de mama associado à reposição hormonal porém, não concluíam, de forma definitiva, os graus de risco.

No Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Menopausa, ocorrido em 1999 em Yokohama no Japão, ficou estabelecido que se deveria aguardar novos estudos para se chegar a uma exata relação entre câncer de mama e reposição hormonal na menopausa.

Até que houve a publicação do WHI, citado acima, que teve o seguinte resultado:

Mulheres com Útero:

- Aumento de Risco

- Câncer de Mama (8 casos em 10.000 / ano)

- Infarto do Miocárdio (7 casos em 10.000 / ano)

- Trombose Venosa (8 casos em 10.000 / ano)

- Diminuição de Risco

- De Fraturas (5 em 10.000 / ano)

- Câncer de Intestino Grosso (6 em 10.000 / ano)

Mulheres Sem Útero:


- Não houve até o momento aumento do risco, estando o mesmo dentro dos limites pré-estabelecidos pelo comitê de monitorização, continuando o grupo de mulheres em estudo a fazer reposição.

- Em razão do aumento de risco do grupo de mulheres com útero, o programa foi interrompido para este segmento do estudo.

Considerações


Em função da enorme repercussão na mídia, e conseqüentemente intranqüilidade das mulheres em reposição hormonal, a FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) e a SOBRAC (Sociedade Brasileira de Climatério) enviaram a todos os afiliados um consenso que transcrevemos na íntegra a seguir.

Considerações sobre o assunto

1. Deve ser levado em consideração que apenas um regime terapêutico foi utilizado, uma única dose dos hormônios foi empregada (doses convencionais) e uma única via de administração dos medicamentos foi testada. Não se analisou as vias não orais (adesivos transdérmicos, gel, implantes e via nasal).

Não se avaliou os vários tipos de regimes terapêuticos disponíveis em nosso país. Analisou-se apenas o regime terapêutico que é mais empregado no país em que o estudo foi realizado.

Não se levou em consideração os aspectos clínicos singulares de cada paciente que permitiriam a individualização por parte do médico do regime mais apropriado para cada caso, possibilitando, desta forma, otimizar os benefícios e reduzir os riscos.

2. O aumento do risco relativo de câncer de mama já era referido em estudos anteriores. Parece, conforme o próprio WHI mostra, depender do tempo de uso dos hormônios e do emprego concomitante e contínuo de progesterona junto com o estrogênio.

O risco neste estudo só foi observado depois de um tempo médio de seguimento de 5,2 anos, o que já havia sido notado em outros estudos.

3. O grupo de mulheres no estudo WHI que estão usando apenas estrogênios não foi interrompido, pois os limites de segurança estão preservados. Os seus resultados serão divulgados em tempo oportuno.

4. Os resultados deste estudo, inquestionáveis, devem, no entanto, ficar estritos ao regime de tratamento empregado às pacientes dessa faixa etária. Não se podem extrapolar os seus resultados para todos os outros tipos de regimes terapêuticos.

De igual modo, não podem ser estendidos para mulheres que iniciam a TRH mais cedo em período mais próximo da menopausa.

5. Atualmente, existe uma tendência mundial para administração de baixas doses de hormônios nas mulheres com maior tempo de pós-menopausa e/ou idade mais avançada, o que não foi avaliado no estudo WHI.

Parece-nos importante esclarecer que a decisão clínica de iniciar ou dar continuidade a TRH (Conjunta de Médico e Paciente) deve levar sempre em consideração a peculiaridade de cada caso em particular procurando-se individualizar o regime terapêutico a ser adotado, as doses e vias a serem empregadas, o tempo de utilização dos hormônios, os benefícios e os riscos desta modalidade de tratamento.

Com base nos resultados publicados não parece apropriado indicar a TRH em esquema combinado em contínuo com estrogênios e progesterona, especialmente com os mesmos hormônios e as mesmas doses usadas no estudo WHI, visando a prevenção primária de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Por fim, gostaríamos de enfatizar que não existe razão para pânico. As pacientes usuárias de TRH que estejam preocupadas com o seu tratamento, devem compartilhar com os seus médicos de confiança a decisão de continuidade do seu atual regime de TRH, da eventual conveniência de mudanças ou mesmo da sua interrupção.

Bom amigas, se o assunto reposição hormonal lhes causava medo eu espero ter contribuido para que a partir de agora você repense seus conceitos.

Lindo Dia a todas

Lady Chic

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