Amadas amigas do blog, eu desejo que nesta segunda feira, as graças de Maria, mãe de todas as mulheres, recaiam sobre cada uma de vocês, trazendo bênçãos de sabedoria para todas.
Dizem os especialistas em auto ajuda que é preciso assumir a responsabilidade por todas as nossas atitudes emocionais, para que não venhamos a sofrer com as perdas que nos acompanharão pelo decorrer de nossas vidas.
Trouxe hoje um texto formidável sob o título “Medo de envelhecer” por Carolina Mouta, onde a compreensão facilitará as gatas de boa vontade a encararem as mudanças que estão chegando.
De repente, aquela olhada no espelho deixa de ser comum para se tornar marcante. Você se dá conta de como a pele mudou, de como os cabelos perderam o viço, de como a aparência está modificada.
É quando você percebe que o tempo passa, inclusive para você. Aquele brilho no olhar de anos atrás perdeu um pouco a luminosidade e a sua energia não é mais a mesma. Não tem jeito: a contagem progressiva é inevitável.
A cada instante estamos ficando mais velhas. A questão é como encaramos esse processo. Muitas associam esta fase à inatividade, à dificuldades e ao fim da vida. E é por isso que muita gente tem medo de envelhecer. Você é uma delas?
VEJA DICAS PARA ENVELHECER DE BEM COM A VIDA
"O modelo de referência para quase tudo que se relacione ao sucesso, beleza, sensualidade e valorização da mulher em nossa sociedade é a juventude. Esse processo é particularmente difícil para a mulher bonita, acostumada a atrair olhares por sua aparência.
Ao envelhecer, ela começa a ter uma sensação de invisibilidade, isto é, deixa de atrair os olhares ao passar, como se não estivesse ali", explica a psicóloga Mariuza Pregnolato.
“Ela [a mulher] teme não ser capaz de provocar a excitação, o desejo nos homens e sofre ao se perceber preterida em festas, nas ruas, nos lugares em que desejaria atrair olhares sobre si, como ocorria quando era jovem”
E é isso mesmo! O principal medo da mulher, relacionado ao envelhecimento, está ligado à perda de seu poder de sedução. "Ela teme não ser capaz de provocar a excitação, o desejo nos homens e sofre ao se perceber preterida em festas, nas ruas, nos lugares em que desejaria atrair olhares sobre si, como ocorria quando era jovem", observa a especialista.
Isso acontece porque as mulheres tendem a valorizar demais o homem. Segundo a antropóloga Mirian Goldenberg, a mudança de valores ajuda a conquistar uma velhice melhor. "Primeiro, a mulher vai investir em capitais que vão transformar a velhice, como capital cultural, capital científico ou em outros relacionamentos que não sejam só com o homem. Tudo isso pode alimentar um projeto de uma velhice melhor. Quando a mulher investe só em corpo e em forma física, todos os projetos passam pelo homem e pelas cirurgias plásticas", descreve. Por isso, a frustração pode ser grande.
É bom, desde cedo, colocar na cabeça que envelhecer é mais do que natural. É um processo biopsicossocial gradativo de diversas transformações, ocorridas ao longo da existência do indivíduo. Biologicamente falando, há diminuição da eficiência das funções orgânicas, o que leva, muitas vezes, ao aparecimento das mazelas próprias da idade.
No campo psicológico também há alterações: as faculdades cognitivas (memória em curto prazo, rapidez de raciocínio, atenção e concentração) diminuem. Entretanto, a pior parte do processo é a sócio-cultural, em que, devido aos valores sociais e culturais, às crenças e aos estereótipos, o processo de envelhecimento é percepcionado como negativo.
Segundo Mirian, sua atenção se voltou para o envelhecimento quando, aos 30 anos, leu A velhice, de Simone de Beauvoir. "Fiquei muito deprimida. O livro foi determinante na minha decisão de estudar o tema. O objetivo é mudar essa concepção de velhice e mudar a minha velhice. Quando li a obra, fiquei sem perspectiva de envelhecer bem, porque para ela envelhecer era negativo", conta.
Mas não pense que é assim em qualquer parte do mundo. Esse medo de envelhecer é estritamente cultural e varia de acordo com o lugar. Tem gente que nem liga para o passar dos anos. "Percebi que na Alemanha e na Espanha, envelhecer tem outros significados, desde que você tenha saúde e qualidade de vida. Nesses dois países, para as mulheres entre 50 e 60 anos, envelhecer é muito positivo", comemora a antropóloga.
Mirian vai além. "Na nossa cultura, corpo e sexualidade são capitais fundamentais para a mulher ser considerada bem-sucedida, dois quesitos associados à juventude. Em outras culturas, em que a maturidade, a personalidade e a inteligência são capitais mais valiosos, o medo de envelhecer não é tão grande quanto no Brasil", constata a especialista, que acaba de lançar o livro Coroas.
“Para as mulheres, envelhecer tem um significado completamente diferente do que para os homens. São elas que se preocupam mais com corpo e com relacionamento na velhice”
Por aqui, mulheres com 35 já não se acham tão jovens e começam uma corrida contra o tempo que não acaba nunca. "Os 40 anos estão aparecendo como o grande marco da depressão feminina", diz Mirian. Nessa altura, algumas pessoas tentam lutar contra o desenvolvimento natural de todo o ser vivo. E recorrem à estética, no âmbito de lentificar o seu próprio processo de envelhecimento.
Entretanto, cremes anti-idade e tinturas para esconder os fios brancos são medidas meramente paliativas e não param o tal reloginho. Por isso, algumas pessoas - principalmente do sexo feminino - ainda querendo lutar contra o tempo, aderem às cirurgias plásticas.
"Para as mulheres, envelhecer tem um significado completamente diferente do que para os homens. São elas que se preocupam mais com corpo e com relacionamento na velhice", observa a antropóloga.
Os dados sobre cirurgias plásticas mostram bem a preocupação que as pessoas têm com a aparência: o número de procedimentos feitos por aqui coloca o Brasil no segundo lugar do ranking, perdendo somente para os Estados Unidos.
Mas estar jovem é perceber um conjunto de medidas, não só estéticas. É por isso que muita gente chega aos 50 com cara, corpo e cabeça de 20. "As mulheres saem-se melhor do que os homens: são mais aderentes a ações preventivas de saúde, intensificam a rede de relacionamentos, ampliam o repertório de atividades (dançam, jogam, viajam), e, quando amadas e valorizadas, desabrocham para o amor, companheirismo e para o sexo com plenitude, ao contrário do homem que, embora continue atraente externamente, tende a se debater dolorosa e solitariamente com a perda de sua potência anterior, dificuldade de buscar ajuda e compartilhar seu sofrimento", explica a psicóloga Mariuza Pregnolato.
Segundo a especialista, o medo de envelhecer é uma resposta natural do organismo. "Em outras palavras, é saudável sentir medo diante de uma situação nova, ameaçadora, com a qual ainda não aprendemos a lidar. É um estado que pede que redobremos nossa atenção e utilizemos dos nossos melhores recursos para equacionar a questão que se apresenta".
Para tudo existe limite. O medo de envelhecer pode até ser natural, mas não pode, em hipótese alguma, virar uma neurose. "Isso acontece quando a pessoa se recusa a conviver em harmonia com a passagem natural do tempo", explica a psicóloga. Quando as pessoas têm consciência de que o relógio biológico está funcionando à plena corda, lidam melhor com o envelhecimento. "Elas lidam adequadamente com as frustrações e dificuldades que vão surgindo ao longo do tempo paralelamente à perda da juventude", diz a psicóloga.
O segredo do saber envelhecer é conservar a autoestima, continuando a ser interessante para si próprio e para os outros. Portanto, o receio sobre a passagem do tempo pede que aprendamos a lidar com a nossa própria natureza. "Todos envelheceremos. A única alternativa ao envelhecimento é morrer jovem, o que não é, assim, uma grande opção", finaliza a especialista. De bem com o espelho? Faça o teste
Dicas para envelhecer bem-resolvida
A psicóloga Mariuza Pregnolato preparou algumas dicas para ajudar neste processo. Segundo a especialista, nossa identidade é dinâmica e vai se construindo ao longo da vida, a partir das experiências em nosso universo relacional e nossa auto-imagem vai se reatualizando o tempo todo. "Se estou habituada a ver no olhar do outro admiração pela minha aparência e a partir de um certo momento observo indiferença ou descaso, começo a perceber que já não sou tão bonita e atraente quanto antes", diz.
Paralelamente a essa percepção, vêm também os sintomas iniciais do envelhecimento, como certas dores e problemas de saúde antes inexistentes.
"Encare como um novo e maravilhoso desafio, inspirando-se em mulheres maravilhosas que, idosas e atuantes, conquistaram o seu respeito e admiração. Torne-se orgulhosa do trabalho que faz consigo mesma, tornando-se a sua própria obra-prima dessa arte que é viver", aconselha a psicóloga que dá outras dicas:
- Busque ser feliz em qualquer idade que esteja e você se acostumará a descobrir sempre um jeito de estar bem. À medida que as dificuldades vão surgindo, encare-as de frente e busque solucioná-las. Se não consegue sozinha, peça ajuda, mas nunca finja que um problema não existe.
Questões mal-resolvidas crescem feito fermento e um dia vão deixar você mal. Evite isso lidando com cada pequena questão quando ela surge. Ser feliz é uma escolha pessoal.
- Conviva com pessoas de todas as idades, mas sempre escolha aquelas cuja companhia lhe faz bem. Fuja dos chatos, reclamões e negativos, tenham eles que idade for.
- Sempre haverá pessoas que acharão você linda, mas o mais importante de tudo é que você se veja bonita. Então, capriche no sorriso, nos cuidados que fazem sentido para você, deixe seu bem-estar interior irradiar através dos seus olhos. Olhe-se no espelho e goste do que vê.
- Faça atividade física, novos amigos, novas atividades, novos aprendizados, sempre. Durma bem, alimente-se de modo saudável e cultive sua curiosidade em relação a tudo. Descubra algo novo todo dia.
Desejo a todas um excelente dia.
Lady Chic
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