Olá amigas e mamães do Lady Chic Blog, uma segunda
feira radiante para vocês.
Nosso assunto hoje é um tema excelente do Dr.
Moises Chencinski, especialista do site Minha Vida, tratando de higiene
natural. Ele nos faz entender os prós e contras do método para crianças,
afirmando ainda que a técnica prega que as mães não usem fraldas e interpretem
quando as crianças querem fazer suas necessidades
Vejamos os detalhes.
Em meu último artigo eu discuti o que é a Higiene
Natural ou ?Comunicação de Eliminação? (EC, na sigla inglesa), conceito
divulgado pela alemã Tamara Hiller. Hoje, a ideia é discutir quais as vantagens
e desvantagens desse método, que tira as fraldas dos bebês e faz os pais
buscarem conhecer os sinais fisiológicas das crianças.
Pontos favoráveis
Há algumas preocupações da autora que são muito
válidas. A questão ambiental, por exemplo: cada bebê pode evacuar em média de 6
a 8 vezes ao dia, em seu primeiro mês de vida. Isso significa de 180 a 240
fraldas por mês. Em um prédio com 5 desses bebês teremos de 900 a 1.200 fraldas
em 30 dias. Segundo dados do jornal The New York Times, a maioria dos
americanos prefere fraldas descartáveis. São enviadas para aterros sanitários
cerca de 22 bilhões delas por ano. A outra opção seria usar fraldas de pano,
que requerem mais tempo, mais gasto de água, sabão, energia elétrica. Assim,
através desse método, essa situação se tornaria menos grave em algum tempo.
Além disso, para que a mãe possa adaptar bem esse
método, a média de tempo seria um ano. Isso significa que uma mãe deveria ter
um contato mais próximo com seu filho, observá-lo mais, prestar mais atenção a
ele. Quem sabe dessa forma não teríamos um aumento em taxas de aleitamento
materno exclusivo? Por outro lado, como a licença-maternidade ainda é de 4
meses, quando a mãe retorna ao trabalho, tem que delegar essa proximidade para
avós, parentes, babás que estejam de acordo e adaptados à metodologia.
Pontos questionáveis
Porém, a higiene natural pode ser questionada. O
primeiro ponto é que, quer a autora queira admitir ou não, a sua tentativa é de
um método de condicionamento, usando sons, locais e métodos.
Esse método deve ser iniciado logo nas primeiras
semanas de vida e a autora parte do princípio de que nessa idade a criança já
tem consciência e atitudes voluntárias. Mas, até pelo menos os 3 meses de vida,
o bebê tem um ciclo biológico conhecido como ultradiano, o que significa que
ele tem ciclos menores de 24 horas, fazendo com que, por exemplo, ele mame de
dia e à noite e durma de dia e à noite, ou seja, sem um ritmo determinado. E
isso acontece também com suas eliminações. Não há nenhuma comprovação
científica que esses dados podem ser levados em conta como conscientes.
Hiller sugere que os pais se atentem a sinais como
começar a se agitar nos braços, ficar quieto e com olhar fixo, fazer caretas...
Em resumo, qualquer movimento ou ruído do bebê pode ser considerado como sinal
de eliminação. O que faltou? Chorar, mamar e dormir. Quantos bebês urinam ou
evacuam enquanto estão mamando (reflexo gastro-cólico), dormindo ou chorando?
Na minha experiência, muitos. Se for assim, toda hora é hora.
Bebês em aleitamento materno exclusivo podem
evacuar a cada mamada (de 6 a 12 vezes ao dia) fezes líquidas, bem como passar
até 2 a 3 dias sem evacuar, fazendo então fezes pastosas. Chegando em um ano de
idade, eles podem evacuar uma vez a cada 1 a dois dias. Eles são individuais e
cada um deles tem seu ritmo. Não há nenhuma evidência científica que aponte
para um controle de qualquer função fisiológica nessa idade.
Para que o bebê aprenda a controlar seus ritmos de
eliminação, ele passa por várias fases de evolução neurológica e psíquica.
Assim, não há como se querer um controle natural de fezes e urina antes dos 2 a
3 anos de idade.
Não há vantagem nenhuma em se desfraldar tão cedo.
Ao contrário, pelas características de desenvolvimento, o controle
esfincteriano não ocorre antes dos 18 meses. É quado se inicia a fase anal que
mostra a consciência, mas não o controle. A criança começa primeiro avisando
que fez (está se sentindo incomodada com as fezes e a urina nas fraldas),
depois entende que está fazendo (consciência de que as mucosas da bexiga e do
reto estão sendo estimuladas ? isso acontece entre os 18 a 24 meses) e por fim
dizer que quer fazer (tem a sensação de plenitude de bexiga e do reto e
consegue segurar). Simples assim. Sem nenhum sacrifício ou necessidade de
condicionamento,
apenas com o acompanhamento.
Uma das acusações da alemã é que as fraldas causam
infecção urinária, o que não é verdade. Quanto às assaduras, elas podem
acontecer com ou sem fraldas e, atualmente, são menos frequentes e dependentes
de certos cuidados a mais em observação e higiene dos filhos. Além disso, a
fralda determina um conforto dos dias de hoje. Imagine-se com seu bebê de 6 meses
em um restaurante, em uma festa, no meio de uma viagem. Mas ele está sem
fraldas e ele dá sinais de que vai evacuar? Vivemos em sociedade e é nossa
obrigação, como seres sociais, reconhecermos os limites dos outros. Alguém se
sentiria confortável em uma viagem observando mães colocarem seus filhos de 3
meses para evacuar no acostamento de uma estrada assim que eles dessem o sinal?
Atualmente, observamos que tudo se baseia em
performances. A criança que anda antes, fala antes, sabe contar até 10, fala as
cores em inglês, entre outros, parece ser mais valorizada. Estamos impedindo as
crianças de serem crianças e de terem seus próprios ritmos de desenvolvimento.
Onde estão o brincar, o lúdico, a irresponsabilidade, o descompromisso, o
prazer e o lazer e a diversão que sempre caracterizou e ainda deveria ser
fundamental para o saudável desenvolvimento?
O nosso ex-presidente Juscelino Kubitscheck dizia
que nós não temos compromisso com o erro. Diferente do que muitos pensam, se
retiramos as fraldas de um bebê precocemente e observamos que não foi adequado,
devemos retroceder sim e respeitar o ritmo de cada um. É menos prejudicial esse
comportamento do que obrigar uma criança despreparada a executar funções para
as quais ela não está preparada, causando mais frustrações e desapontamentos do
que fatores favoráveis à sua evolução e crescimento como um ser saudável em
formação.
Desde já nosso carinho e agradecimento ao site
Minha Vida e ao Dr. Moises Chencinski pelos excelentes esclarecimentos sobre o
tema.
Um beijão no coração de todas com votos de um dia
show.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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