Olá amigas e queridas ladys chics, saúde para vocês
nesta linda sexta feira de novembro findo.
Para quem gosta de pesquisa eu trouxe uma do NYT pelo
site Delas onde se afirma que a desigualdade ainda domina sexo casual.
O texto afirma que segundo pesquisa, 42% das
mulheres chegam ao orgasmo com sexo casual, contra 80% dos homens. Por que só
eles estão aproveitando?
Vamos ver mais detalhes.
Natasha Gadinsky, de 23 anos, diz que não se
arrepende de seus anos na faculdade. Entretanto, não se pode dizer o mesmo do
tempo que ela ficou com um rapaz na Universidade de Brown. Depois de ele ter
chegado ao orgasmo naquela noite, disse ela, não demonstrou interesse algum em
satisfazê-la. No encontro seguinte, a mesma coisa aconteceu de novo. Ele
"não se importou nem um pouco", disse Gadinsky, coordenadora de
assistência médica que reside em Nova York: "Acho que ele nem
tentou". Ele caiu no sono imediatamente, deixando-a olhando para o teto.
"Fiquei muito frustrada".
Assim como acontecia gerações antes delas, muitas
jovens mulheres como Gadinsky estão descobrindo que o sexo casual não dá a elas
o prazer físico que os homens experimentam mais frequentemente. Uma nova
pesquisa sugere um motivo: as mulheres são menos propensas a ter orgasmos em
encontros sexuais sem compromisso do que em relacionamentos sérios. Ao mesmo
tempo, os pesquisadores dizem que as mulheres jovens vêm se tornando parceiras
tão interessadas na cultura do sexo casual quanto os homens, muitas vezes tão
dispostas quanto os jovens a se aventurar em relações sem vínculos emocionais.
"A noção de liberação sexual, segundo a qual
homens e mulheres tinham igual acesso ao sexo casual, passou a implicar uma
probabilidade semelhante de prazer para ambos os lados", disse Kim Wallen,
professor de neuroendocrinologia da Universidade de Emory, onde estuda o desejo
feminino. "Todavia, não há paridade nessa parte do jogo".
Uma pesquisa com 600 estudantes universitários
liderada por Justin R. Garcia, biólogo evolucionário do Instituto Kinsey da
Universidade de Indiana, e pesquisadores da Universidade de Binghamton,
descobriu que as mulheres tinham uma probabilidade duas vezes maior de chegar
ao orgasmo a partir de penetração e sexo oral em compromissos sérios do que em
relações casuais. O trabalho foi apresentado na reunião anual da Academia
Internacional de Pesquisa sobre o Sexo e na Convenção Anual de Ciência
Psicológica deste ano.
Da forma similar, uma pesquisa com 24 mil
estudantes de 21 escolas, realizada ao longo de cinco anos, descobriu que 42%
das mulheres tinham chegado ao orgasmo durante o seu último encontro envolvendo
sexo casual, contrastando com 80% dos homens. Por outro lado, 74% das mulheres
que participaram da pesquisa disseram ter chegado a um orgasmo na última vez em
que fizeram sexo em um relacionamento sério. A pesquisa foi liderada por Paula
England, socióloga da Universidade de Nova York que estuda a dinâmica do sexo
casual.
74% das mulheres que participaram da pesquisa
disseram ter chegado a um orgasmo na última vez em que fizeram sexo em um
relacionamento sério
"Atribuímos isso a um relacionamento com um
parceiro, que proporciona mais êxito no orgasmo, e também achamos que os homens
se preocupam mais quando estão em um relacionamento", disse England.
De fato, os jovens que participaram do estudo de
England admitiram que muitas vezes se concentram menos em agradar sexualmente
uma mulher com quem estão saindo casualmente do que uma mulher com quem estão
namorando.
Duvan Giraldo, de 26 anos, um técnico em software
do Queens, em Nova York, disse que satisfazer a parceira "é sempre a minha
missão", mas acrescentou: "Eu não me esforço tanto quanto como quando
estou com alguém de quem realmente gosto". E com as mulheres que ele
acabou de conhecer, segundo ele, pode ser difícil falar sobre desejos
específicos na hora da relação.
"Naquele momento, ainda somos praticamente
desconhecidos", disse ele.
Não passar orientações é comum, disse Paula.
"As mulheres não se sentem muito à vontade nesses contextos casuais para
dizer o que querem e do que precisam", disse ela. Parte do problema é que
as mulheres ainda podem ser estigmatizadas por fazer sexo casual. Para Garcia,
"nos venderam a ideia de que estamos em uma era em que as pessoas podem
ser sexualmente livres e desfrutar igualmente das relações casuais. Mas o fato
é que nem todo mundo está curtindo isso".
Aquilo de que as mulheres precisam para chegar ao
orgasmo pode ser muito diferente do que elas encontram no sexo casual. Cerca de
25% das mulheres costumam chegar ao orgasmo apenas por meio da penetração, de
acordo com a análise de 32 estudos realizados por Elisabeth Lloyd, professora
de história e filosofia da ciência da Universidade de Indiana, apresentada em
seu livro "The Case of the Female Orgasm: Bias in the Science of
Evolution" ("O caso do orgasmo feminino: a parcialidade na ciência da
evolução", ainda não publicado no Brasil), de 2005. Um terço das mulheres
chega ao orgasmo raramente ou nunca com a penetração.
Mais que penetração
Vanessa Martini, de 23 anos, de Marin County,
Califórnia, aprendeu desde cedo que a maioria dos homens com quem ela tinha
relações casuais não percebia quais eram os seus desejos.
"Não cheguei a ficar com ninguém que fosse
arrogante a ponto de não se importar nem um pouco", disse ela. "No
entanto, acho que a maioria deles estava um tanto desconcertada quanto a fazer
mais do que simplesmente penetrar".
“Eles admitiram que muitas vezes se concentram
menos em agradar sexualmente uma mulher com quem estão saindo casualmente do
que uma mulher com quem estão namorando
Martini disse que ninguém nunca a ensinou a ter uma
relação prazerosa, e muito menos a expressar quais as suas preferências. A
educação que recebeu na escola visava impedir que os adolescentes tivessem
quaisquer relações sexuais; praticamente não se falava do prazer. Para ela, a
maior parte das representações culturais do sexo deixam de fora esses detalhes.
"No modo como o sexo é retratado na
pornografia, nos filmes e nos livros, as pessoas não ficam conversando entre si
sobre o pé estar dormente e precisarem mudar de posição", disse ela.
Conversar sobre esses detalhes é especialmente
complicado no caso do sexo casual. Como uma única fala ou atitude estranha ou
mal interpretada pode acabar com o encontro, há certa pressão para ser bastante
cuidadoso, disse Vanessa.
Segundo Debra Herbenick, pesquisadora da
Universidade de Indiana, para as mulheres, o sexo casual é excitante justamente
porque é espontâneo. Ela comparou o sexo casual com um jantar na casa de um
amigo. "A gente não diz o que quer nem como quer que as coisas sejam
feitas. Não diz, por exemplo, quanto manjericão quer na comida", disse ela.
Benefícios
Algumas mulheres, confrontadas com esses
obstáculos, estão redefinindo o sexo casual e o prazer físico que esperam dele.
Para elas, o sexo sem compromisso tem benefícios carnais e emocionais que não
dependem de chegar ao orgasmo.
"Algo de que não falamos é por que chegar ao
orgasmo é o objetivo principal ou o único objetivo do sexo", disse
Herbenick. "Quem somos nós para dizer que as mulheres devem chegar ao
orgasmo?"
Para Kim Huynh, uma cineasta de 29 anos de San
Francisco, Califórnia, sacrificar a garantia de um orgasmo para ficar sem o
peso de um compromisso foi uma decisão consciente. Depois de alguns
relacionamentos na faculdade, Huynh passou cerca de cinco anos sem um namorado
sério e teve muitos casinhos.
"Nas relações monogâmicas, eu conseguia chegar
ao orgasmo sempre, mas isso é algo que eu nunca tive em circunstâncias mais
descompromissadas", contou ela.
Contudo, a falta de prazer no sexo era um pequeno
preço a pagar "pela liberdade de desfrutar de tudo isso". O aspecto
físico de um encontro com alguém que era até certo ponto um desconhecido era
gratificante, mesmo que as suas chances de chegar ao orgasmo fossem limitadas,
disse ela. Quando o desempenho de seu parceiro era apagado, ela ainda assim
ficava orgulhosa de suas próprias proezas sexuais.
"Ter consciência de que se tem uma habilidade
que pode dar prazer a alguém é algo que definitivamente pode fazer a pessoa se
sentir poderosa", concluiu.
Um beijão para todas vocês e até amanhã.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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