Olá amigas queridas,
excelente quinta feira para vocês.
Nosso encontro hoje celebra
o texto do site Boa Forma por Cristina Nabuco cujo tema é: Quando o sexo fica
perigoso.
A autora inicia afirmando
que engravidar é apenas um dos riscos que você corre transando sem camisinha (e
escondendo o fato do seu médico!). Em seguida ela nos mostra os sinais de que há algo errado, os
exames que esclarecem dúvidas, os tratamentos disponíveis e o que fazer para
escapar das DSTs.
Vejamos os detalhes.
Engana-se (muito!) quem acha
que doenças contraídas por via sexual fazem parte do passado: uma em cada dez
garotas entre 15 e 24 anos atendidas nos serviços públicos de saúde apresenta
alguma DST (doença sexualmente transmissível), concluiu um estudo do Ministério
da Saúde divulgado em setembro de 2012. A clamídia foi encontrada em 9,8% das
pacientes. "Embora na maioria das vezes não provoque sintomas, essa doença
pode conduzir para inflamação pélvica e infertilidade", alerta o
ginecologista e especialista em medicina reprodutiva Márcio Coslovsky, do Rio
de Janeiro. A gonorreia também está ativa: 4% das participantes tiveram
resultado positivo para essa infecção, que produz corrimento purulento
amarelo-esverdeado e pode se alastrar para trompas e ovários. "O medo da
aids nos anos 1980 levou ao aumento no uso de preservativos nas relações
sexuais e consequente queda na incidência das DSTs. Mas com a chegada dos
coquetéis antivirais, que mantêm o vírus HIV sob controle, a partir de 1995,
houve relaxamento na prevenção e as doenças adquiridas pelo sexo voltaram com
tudo", diz o ginecologista. Até a sífilis tem avançado. A liberação dos
costumes, a multiplicidade de parceiros e a resistência ao uso de camisinha,
segundo os especialistas, têm mantido essas enfermidades em alta. Além de
causarem feridas, dores e às vezes dificuldade para engravidar, danos ao feto e
até paralisia e morte (no caso da sífilis não tratada), elas favorecem a
transmissão do vírus da aids. "Quem possui lesões nos genitais por infecções
adquiridas sexualmente tem até 20 vezes mais risco de contrair o HIV",
conta o médico Ivo Castelo Branco Coelho, coordenador do Departamento de DST da
Sociedade Brasileira de Infectologia. Mas não é o caso de entrar em pânico: tem
como você se prevenir.
Ameaça desvendada
Antigamente chamadas de
doenças venéreas, em alusão à Vênus, deusa romana do amor e do sexo, as DSTs
têm a via sexual como principal forma de transmissão. É o caso da aids, causada
pelo vírus HIV, que tem o poder de enganar o sistema imunológico, deixando o
organismo vulnerável a moléstias oportunistas. Entre 490 mil e 530 mil pessoas
vivem com HIV no Brasil. Mas outro vírus se espalha numa velocidade ainda mais
espantosa: estima-se que até 75% da população sexualmente ativa pode travar contato
com o HPV (papilomavírus humano) em algum momento da vida. Se no passado ele
era associado apenas às verrugas genitais (no formato de couve-flor), agora
preocupa por sua relação com o câncer de colo uterino: em 97% dos casos quem
desencadeia a transformação maligna é o HPV. Também de origem viral, o herpes
genital provoca bolhas dolorosas e feridas nas partes íntimas, enquanto na
hepatite (sobretudo B), o vírus entra por meio de pequenas lesões na mucosa
recorrentes do atrito na atividade sexual e ataca o fígado, que fica sujeito a
inflamações graves. Relações sexuais também podem transmitir bactérias, como as
da clamídia (Chlamydia trachomatis), gonorreia (Neisseria gonorrhoeae) e
sífilis (Treponema pallidum), bem como o protozoário da tricomoníase (Trichomonas
vaginalis), que ocasiona corrimento esverdeado e espumoso, além de dor ao
uninar.
Flagrante precoce
Nem todas as DSTs produzem
aquelas feridas horrorosas que ilustram os livros de medicina. Muitas atacam à
surdina. Mesmo não havendo sinal da presença do HPV, o vírus pode se instalar
nas lesões cervicais microscópicas flagradas durante o exame ginecológico. A
sífilis costuma provocar uma lesão inicial, que some espontaneamente, depois
fica latente. Após a primeira crise, que dura em torno de 15 dias, as feridas
do herpes genital somem, mas o víruspermanece no corpo. A clamídia pode passar
anos sem se manifestar e só ser descoberta quando já acarreta dor, inflamação e
aderência das trompas. Daí a importância de ir todo ano ao ginecologista e fazer
exames para detectar esses inimigos silenciosos antes dos estragos. De acordo
com o patologista Hélio Magarinos Torres Filho, presidente da regional do Rio
de Janeiro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, há testes capazes de
identificar a clamídia e a gonorreia na secreção colhida para o papanicolau
(para análise de células cervicais ao microscópio). Uma técnica genética
denominada PCR procura o DNA dessas bactérias e também pode localizar o vírus
HPV e informar se é dos tipos 16 e 18, que oferecem maior risco de câncer. Há
também testes sanguíneos para detecção desífilis e HIV. "Além do
papanicolau anual, seria importante pedir de vez em quando testes específicos,
sobretudo para clamídia, às mulheres sem parceiro fixo que têm entre 17 e 28
anos de idade", recomenda Márcio Coslovsky. Portanto, vá ao ginecologista
uma vez por ano e sempre que surgirem sintomas como coceira, corrimento,
ardência, feridas ou dor nos genitais.
Tratamento correto
Quanto antes uma DST for
diagnosticada e tratada, maiores as chances de evitar complicações. Sífilis,
gonorreia, clamídia e tricomoníase podem ser curadas com a administração de
antibióticos apropriados. Existe tratamento para hepatite; o HIV e a herpes
genital podem ser mantidos sob controle; há meios de combater as lesões por HPV
na fase pré-cancerosa. "Mas nada de usar remédio por conta própria",
adverte Ivo Castelo Branco. Durante muito tempo, por medo ou vergonha, ao
desconfiar de DST, era comum as pessoas pedirem indicação ao balconista da
farmácia. Como o acesso aos antibióticos ficou mais difícil com a exigência de
retenção de receita médica desde outubro de 2010, a tendência da doença ser
maltratada é ainda maior. O risco não vale a pena. Aliás, o tratamento deve se
estender ao parceiro (ou parceiros) para afastar a possibilidade de a mulher
voltar a se infectar numa transa futura. Mas é difícil saber quem pegou de
quem: o homem pode ter se contaminado antes de ter conhecido a atual parceira
ou ela ter contraído a doença em um contato sexual anterior. Algumas DSTs podem
ficar anos em estado latente e se manifestar em períodos de stress e queda na
resistência.
Sexo seguro
A maneira mais eficaz de
você se proteger (e de quebra evitar uma gravidez indesejada) é usando
camisinha nas relações sexuais. Só existe vacina contra hepatite B, fornecida
gratuitamente nos postos de saúde até os 29 anos de idade, e HPV, disponível
apenas nas clínicas particulares, em três doses, cada uma custando entre 300 e
400 reais (a indicação é entre 9 e 26 anos; se passou dessa idade, discuta com
seu ginecologista se vale a pena). O uso da camisinha é incentivado mesmo não
oferecendo 100% de proteção, pois não impede o contato com verrugas e feridas
em áreas não cobertas como a virilha e a bolsa escrotal. "Se todo mundo
usasse o preservativo do jeito certo - antes de qualquer contato e não só na
penetração - a maior parte do perigo seria afastada", esclarece Márcio
Coslovsky. Ele sugere evitar a multiplicidade de parceiros e o consumo
excessivo de álcool (que leva ao descuido da proteção). E se houver apenas um
parceiro? Quatro em cada dez jovens disseram que a camisinha é dispensável em
relacionamento estável, conforme pesquisa recente que ouviu 1208 brasileiros
entre 18 e 29 anos de 15 estados, feita com o acompanhamento do Ministério de
Saúde. Mas, antes de parar de usar, o infectologista Ivo Castelo Branco lembra:
"O tempo mínimo de incubação de um vírus como HIV ou HPV contraído
anteriormente é de seis meses". Passado esse período, a sugestão dele para
aumentar a segurança de ambos os parceiros, é os dois se submeterem a uma
bateria de exames (o antigo pré-nupcial) que exclua a possibilidade de uma DST.
Todo mundo se cuidando,
afinal prevenir é a grande jogada de uma vida saudável.
Beijão para todas e até
amanhã.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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