Olá garotas lindas do meu blog, saúde e paz para
vocês neste dezembro lindo que começa cheio de graça.
Hoje quem nos valoriza o entendimento é Renata Reif
- iG São Paulo como o tema: Como lidar com a inveja nas redes sociais.
Nessa oportunidade a autora indaga se nós cobiçamos
as viagens internacionais, um novo romance ou a promoção dos colegas
registradas na timeline e afirma que os especialistas desvendam o que está por
trás disso.
Vamos conferir?
Entediado, você decide entrar no Facebook para
arejar a cabeça. Dá de cara com uma avalanche de fotos e informações de
diversos amigos na sua timeline. Em frações de segundo você testemunha férias
na Sardenha, um brinde a uma promoção de trabalho, uma mudança de status de
solteiro para casado ou o simples registro de um chopinho que a turma tomou na
noite passada, e para o qual você não foi convidado. Detalhe: todas as
atualizações foram comentadas e muito curtidas. É então que você percebe que
parece haver vidas bem mais felizes que a sua.
Se seu sentimento for um mal-estar pela felicidade
dos outros, ou um desejo incontrolável de estar no lugar dessas pessoas, você
está com inveja. A expressão deste sentimento, um tabu social, raramente é
verbalizada e se expressa pelo olhar. Cobiçamos aquilo que vemos: quando se
trata de um objeto de desejo, o primeiro botão acionado é a visão.
Redes sociais como o Facebook são ferramentas
ideais para os invejosos, pois potencializam o exibicionismo dos usuários. E
como a inveja raramente é declarada, quem não suporta o sucesso alheio exposto
na internet pode se morder por dentro sem dar bandeira, escondido atrás do
computador.
Quem inveja sofre mais do que quem é objeto dela.
Contudo, ambas as partes precisam rever sua postura. “É um mal de mão dupla”,
avalia Leila Cury Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da USP.
“Exageros de um lado ou de outro são perigosos, pois não retratam a realidade.
Tanto para quem expõe a vida, como para quem cobiça o que é do outro”, Leila
pontua.
Vera Senatro, psicodramatista e coordenadora do
“Gender Group” do Instituto de Psiquiatria do HC, entende que a contramão é
também uma reflexão necessária: qual o objetivo de postar fotos de uma
sobremesa refinada ou de um jantar romântico? “Preciso mostrar para o outro que
eu tenho. Mas será que estou tão certa de que tenho mesmo?”, questiona.
A exposição pública constante de algo pessoal pode
ser interpretada como necessidade de autoafirmação. A máscara é de uma pessoa
bem-sucedida, mas no fundo ela não tem uma autoestima tão íntegra quanto vende.
“Talvez aquele que quer se mostrar perfeitamente feliz na rede social não
esteja tão feliz assim. A gente só é feliz sendo a gente mesmo”, completa Leila
Tardivo.
Sandra Leal Calais, professora de Psicologia da
UNESP, enxerga a exposição em excesso como um indício de desequilíbrio. Mostrar
que comprou um carro novo na internet tem a ver com insegurança. “Quem expõe
esse tipo de coisa precisa que os outros deem o valor que ele próprio não dá. E
quem olha também parece que não tem o que fazer”, diz Sandra.
Graus de inveja
Perder horas do dia vendo o que os outros consomem
e têm também pode ser uma forma de alienação para não encarar a própria vida.
No entanto, há graus de inveja. Tem aquela destrutiva e aquela que provoca a
evolução do invejoso. A inveja com sentido positivo, de motivação ou
desenvolvimento, é sadia.
Para Ian Black, sócio-diretor da agência New Vegas,
puxar papo no elevador já demonstra que a pessoa quer comunicar ao outro que
está bem. E sair de casa com uma roupa legal já denota uma preocupação em
transmitir uma imagem favorável. Na internet não seria diferente. A todo
instante estamos expostos a estímulos alheios e isso pode ser positivo. É a
chamada “inveja branca” ou emulação. “Será que férias em lugares incríveis e
comidas deliciosas, por exemplo, não nos estimulam a ter melhores critérios
para escolher viagens ou restaurantes? Isso não se restringe apenas a coisas
materiais, mas também ao desejo da atenção, da aprovação, de notoriedade”,
defende Black.
Já a inveja que impede o crescimento não é nada
construtiva. Nos casos em que a inveja beira a patologia, é preciso trabalhar a
tolerância à frustração. “O invejoso precisa entender que o outro pode ter, mas
ele não”, analisa a psicóloga Sandra Leal Calais, professora de Psicologia da
UNESP.
Na opinião de Sandra, as redes sociais são como o
papel – são objetos que aceitam tudo. As pessoas podem escrever o que bem
entenderem e contar a história de maneira que as favoreça. “Qual é a garantia
de que o invejado tem essa felicidade toda? A condição de realidade alerta para
não entrarmos na fantasia do outro”.
Como se livrar da inveja
A primeira atitude para não cobiçar o que aparece
na sua timeline é ter consciência dos próprios atos e assumir que sente inveja.
Não precisa bloquear aquela sua amiga que está fazendo compras em Nova York ou
tomando sol e champanhe em um barco em St. Barths. O psicólogo Gabriel Goes, do
Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, sugere prestar
atenção para separar o que é real do que não é bem assim nessa exposição.
“Vejo que as pessoas sempre postam o que gostariam
de ser ou o que consideram ser o melhor delas. Há um senso comum que no
Facebook todo mundo é feliz, quando a gente sabe que na vida isso não é
verdade”, assinala Gabriel.
Um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, publicada em 2011, concluiu que as pessoas tendem a superestimar as
próprias emoções negativas, enquanto têm a crença de que os outros estão
levando uma vida plena de conquistas e realizações. E isso é ilusão.
54% dos participantes do estudo disseram achar que
seus pares se sentiram sozinhos nas semanas anteriores à pesquisa. Mas, na
verdade, 83% deles relataram ter experimentado a solidão. Ou seja, estamos
sempre subestimando a tristeza e superestimando a felicidade alheia.
Outra pesquisa, realizada em parceria entre duas
universidades alemãs, descobriu que uma em cada três pessoas sentiu-se pior e
mais insatisfeita com a própria vida depois de visitar o site. "Ficamos
surpresos ao ver quantas pessoas têm uma experiência negativa do Facebook, com
a inveja fazendo-as se sentirem sozinhas, frustradas ou com raiva", disse
à Reuters, à época do lançamento do estudo, a pesquisadora Hanna Krasnova, do
Instituto de Sistemas da Informação na Universidade Humboldt de Berlim.
Portanto, parar de idealizar o outro, não acreditar
em tudo o que vê na rede, desconectar-se do Facebook por um tempo e selecionar
as amizades virtuais são unanimidade entre os especialistas para afastar a
inveja despertada pela rede. Feito isso, quando não conseguir se relacionar com
a prosperidade ou a felicidade alheia, a dica é olhar para dentro e perguntar o
porquê do olho gordo. “Se não surtir efeito”, Leila encerra, “o invejoso
precisará de terapia para trabalhar seus próprios conteúdos”.
Então está aí meninada as dicas de sucesso para se
viver bem nas redes sociais.
Beijão para todas as amigas e até amanhã.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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