Oi gente, saúde para todo
mundo é o que desejo nesta quinta feira para vocês.
Nosso encontro hoje
celebra o texto de Verônica Mambrini, iG São Paulo, propondo que Dinheiro pode
sim trazer felicidade.
A autora afirma que prosperidade
viabiliza a felicidade, que está um passo além de ter a condição mínima de
existência e que por fim aumentar a renda é um dos caminhos possíveis para a
felicidade.
Vamos ver os detalhes.
Dinheiro traz felicidade?
Manda buscar, segundo os bem-humorados. Os realistas também acreditam que sim,
dinheiro é muito bom, e quanto mais, melhor. Enquanto isso, os idealistas não
querem nem ouvir falar dessa associação. O tira-teima científico veio com uma
pesquisa da Universidade de Princeton, publicado no começo do mês, que não
apenas confirma a ligação entre ambos, como quantifica a renda necessária para
ter um aumento na felicidade. Até US$ 75 mil em ganhos anuais, a sensação de
felicidade cresce. Daí em diante, a diferença é pouco significativa – em moeda
nacional, o valor corresponde a R$130 mil por ano, que dividido em doze meses
equivale a rendimentos de R$10.800 por mês.
A explicação é simples:
sem ter as necessidades básicas atendidas, sobram preocupações com problemas
imediatos, como alimentação, moradia e saúde, e, dessa forma, é mais difícil
tirar contentamento da vida, segundo Angus Deaton, economista do Centro de Saúde
e Bem-Estar da Universidade de Princeton, um dos autores do estudo. Outras
pesquisas confirmam essa ideia. De acordo com o Royal College of Psychiatrists,
no Reino Unido, pessoas com problemas financeiros têm o dobro de chances de
desenvolver doenças mentais, como depressão e ansiedade, ao longo da vida, em
comparação com quem não tem. Desemprego e crises econômicas, segundo a
sociedade médica, detonariam ondas de problemas mentais.
Ser feliz é um estado da
alma
No Brasil, o Instituto de
Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conduziu o projeto
“O que é felicidade para você”, para estudar o tema sob a perspectiva
brasileira. “Na nossa pesquisa, estamos tentando delinear a felicidade do
brasileiro e buscar se o dinheiro afet
Para Pedro Pires,
pesquisador da UFRJ, a psicologia tem se aproximado muito do conceito oriental
de felicidade, que é de um estado interior da pessoa, que pouco depende das
circunstâncias. Por outro lado, a satisfação costuma ser temporária e ligada a
fatores externos, como uma roupa nova ou um aumento de salário. É mais um
caminho para chegar à felicidade, mas não o único, segundo Pires. “A felicidade
tende a ser conceituada dentro da psicologia do bem-estar como um estado
constante e interno, mas possui relação com graus de satisfação, que se
relaciona também com dinheiro”, afirma. Outros elementos, como se engajar em
atividades sociais ou a formação religiosa podem levar a relações diferentes
com a moeda. Ações altruístas, por exemplo, proporcionariam estados mais
duradouros de satisfação. “O importante é solidificar outros valores, que
promovam possibilidades de satisfação e um estado de felicidade”.
Um passo além do
necessário
Para a filosofia, a
felicidade não pode ser confundida com a satisfação das necessidades. “Essa
ideia faz sentido numa sociedade extremamente excludente, que vive da
reprodução da miséria. A felicidade está um passo além de ter a condição mínima
de existência”, afirma Dulce Critelli, professora de filosofia da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo e coordenadora do Existentia - Centro de
Orientação e Estudos da Condição Humana. “Essas pesquisas tendem medir a
felicidade em termos de saciedade, de quanto eu consigo consumir”. Não que isso
seja irrelevante para Dulce. “O problema é limitá-la a isso”.
A medida da felicidade,
para ela, passa por outros campos da vida humana, como a realização pessoal,
qualidade nas relações com amigos e família, e a capacidade de interferência no
mundo, por exemplo. “Elas não medem a capacidade de encontrar satisfação numa
conversa ou no ajudar uma pessoa”, diz Dulce. Por trás dessa noção de
felicidade, a filósofa acredita que esteja um ritmo semelhante ao da vida
biológica, em que tudo é cíclico. Dorme-se, sente-se sono, dorme-se de novo. O
consumo, assim como a necessidade de comida, é constante. Já felicidade vinda
de valores subjetivos não se descarta, acumula-se, como amizades e afetos na
vida da pessoa.
Conforto é satisfação
Se satisfação não é
exatamente felicidade, dá para ser feliz sem estar satisfeito? “O caminho é
esse: realizar aspirações sem ter problemas para pagar o dia a dia”, diz o
consultor em finanças pessoais Conrado Navarro, autor do blog Dinheirama. “O
grande problema é insistir em aumentar o padrão de vida artificialmente, se
endividando.” Navarro cita o exemplo de pessoas que parcelam a perder de vista
os sonhos de consumo para sustentar um padrão de vida artificialmente alto. “Aceitar
a realidade pode ser um pouquinho frustrante no primeiro momento, mas respeitar
esse limite e poupar traz uma sensação de realização maior”, acredita o
consultor.
Nos últimos anos, o Brasil
está passando por uma explosão de crédito e consumo que aumentou o acesso a
bens mais básicos para a população e democratizou o conforto para a classe
média. “Estamos aprendendo a consumir agora. Isso traz um desafio maior para as
famílias, porque elas querem se incluir socialmente pelo consumo, e
rapidamente”, alerta Navarro. “É impossível fazer decisões financeiras sem
emoção, mas é preciso tentar racionalizar o compromisso desses cursos”, afirma.
“Dinheiro tem que ser um instrumento de liberdade. Ter cada vez mais roupas e
sapatos não faz uma pessoa cada vez mais feliz. É preciso focar no que vai
trazer mais valor para a família”. Talvez, no balanço final, o dito popular
mais adequado seja o que afirma que a melhor parte de ter dinheiro é não
precisar pensar nele.
Um abraço carinhoso para
todas e até amanhã com muito carinho.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário