quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DIVERSAS FORMAS DE VIVER


Ola meninas do meu blog, saúde para todas.

Hoje eu trouxe do de Duda Schwab - Equipe Bbel, um artigo muito esclarecedor, questionando se existe liberdade sexual feminina.

Vamos aos detalhes.

Homens Podem, Mulheres não.

Muito se fala sobre a liberdade sexual que a mulher adquiriu após a invenção da pílula anticoncepcional, nos anos 60. O remédio composto por hormônios capazes de impedir a ovulação permitiu a separação entre reprodução e sexualidade, mas não liberou a mulher para viver a sua vida sexual de forma completa.

Segundo a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, do projeto AMBSEX - Ambulatório da Sexualidade, a maior tolerância com as manifestações sexuais masculinas notadas desde a infância impedem a total liberdade sexual das meninas e influencia na vida sexual futura.

"O menino pode andar peladinho pela casa, enquanto a irmãzinha deve se comportar. Ela precisa estar sempre de calcinha, sentar de perna fechada, não pode se tocar", explica a sexóloga.

Paulo Rennes Marçal Ribeiro, psicólogo e coordenador do Núcleo de Estudos da Sexualidade da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, de Araraquara, reafirma a ideia de Carla.

"Não podemos esquecer que a liberdade sexual depende da educação. Os valores e regras são incorporados na hora da construção dos papéis sociais e os homens, historicamente, possuem maiores permissões sociais enquanto a mulher ainda recebe ideias carregadas de repressão machista", relata o sexólogo.

Para Paulo, a liberdade sexual feminina está atrelada à liberdade de gênero. "Por conta dessa educação retrógrada, ancorada no androcentrismo (onde o homem é o centro), a liberdade ainda caminha com medidas que vão contra a mulher e o que devemos buscar é uma igualdade de gênero", alerta o especialista.

Ensino Sexual nas Escolas

Paulo aponta que uma saída para a possível igualdade sexual é uma educação sexual nas escolas voltada para o indivíduo, que combata o preconceito, gerando reflexão e consciência nas crianças.

Mas não é o que temos. Desde 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) elaborados pelo Ministério da Educação (MEC) propõem educação sexual na rede pública de ensino, mas são raras as escolas que possuem essa matéria na grade curricular.

Paulo relata que questões biológicas ligadas à sexualidade são desenvolvidas em sala de aula, mas o que falta é criar um meio propício para o desenvolvimento dos direitos humanos e um lugar onde o jovem encontre espaço para conversar sobre sexo.

A matéria "Orientação Sexual" deveria possibilitar o questionamento de tabus e preconceitos, trabalhando com conhecimento e informações capazes de gerar bem estar e saúde. Porém, isso não passa de uma promessa existente há quinze anos.

Carla Cecarello concorda que é com a educação que se muda o modo de pensar e pode-se quebrar o preconceito que ainda impera nas relações sociais. "A criança ainda é educada quase que integralmente pela mãe, ou seja, quem passa esses valores machistas normalmente é a mulher, que nem percebe que é machista. Precisamos reverter isso", enfatiza Carla.

Mulher para Casar X Mulher para se Divertir

Carla lembra que a mulher descobriu o próprio prazer sexual há pouco tempo e isso ainda não a liberou da imagem de procriadora, que durante tanto tempo ela precisou ser. Paulo aponta que na busca pela sua liberdade sexual a mulher acaba sendo cercada pela sociedade repressora, que a impede de viver a sexualidade de forma natural.

"Ela quer ser mais moderna, quer vivenciar sua sexualidade. Infelizmente a sociedade não a aceita dessa forma, então ela vive um antagonismo muito grande", afirma Paulo.

A favor da sexualidade feminina e de a mulher poder se expressar livremente, o movimento Marcha das Vadias foi idealizado no Canadá e logo estava em outros países, como Brasil, Argentina e Estados Unidos.

O nome veio a partir de uma palestra feita em uma universidade em que um policial afirmava que as garotas não deveriam se vestir como 'vagabundas' para não se tornarem alvo de estupradores. Como se o modo de se vestir justificasse o estupro.

O protesto visou acabar com esse e os vários tipos de opressão que a mulher sofre diariamente.

"A Geisy Arruda, por exemplo, foi mal vista porque usou um vestido curto. O que devemos pensar é que não existe mulher promíscua, mulher certa ou errada. Existem diversas formas de viver a sexualidade e cada uma decide como fazê-la" finaliza a psicóloga Letícia Buchara.

Tirem suas próprias conclusões e tenham um lindo dia.

Lady Chic

Por

Beth Vasconcelos

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