sexta-feira, 18 de março de 2011

PARA QUEM É MÃE DE SEGUNDA VIAGEM!!

Olá queridas amigas do Lady Chic Blog eu desejo a todas um dia formidável.

Nossa reflexão hoje se fará sob o texto de Lêda Maria R. de Almeida. Ela é médica pediatra e nos fala sobre as mães de segunda viagem.

O artigo foi cedido graciosamente do site da B. Bel – Um Estilo de Vida.

Acompanhem por favor.

Lembra-se de quando nasceu o seu primeiro filho? As dificuldades de posição para amamentar, o sono que parecia nunca se esgotar, as inseguranças diante do bebê?

Toda essa profusão de sensações, agora diante do nascimento do seu segundo filho, já estão mais reconhecidas. E, como toda situação de "re-conhecimento", você se sentirá mais tranquila e já saberá como lidar com seu corpo e com as suas impossibilidades temporárias, mas, sempre tem um mas.

Agora tem um par de olhinhos assustados a vigiar seus atos e "desatos": o primeiro filho! Ele estará ali observando, enciumado e demandante. Quanto menor a diferença de idade entre um e outro, maior a demanda. O primeiro filho sofre diante do nascimento do outro.

Sofre a perda do lugar de destaque, teme não ser mais o objeto de amor dos pais, angustia-se com a possibilidade de ser esquecido.

A família toda se volta para aquele serzinho minúsculo que fica grudado na mãe o dia todo, que acorda na noite e é carregado, que exige silêncio e recebe elogios, presentinhos, cheirinhos e cuidados todo o tempo. É preciso lembrar que também ele, o primeiro filho, ainda é pequeno.

Lembro de um caso em particular. Ao ir visitar o irmãozinho recém-nascido na maternidade, o primeiro filho - com três anos de idade - vestiu-se como se fosse enfrentar uma guerra . Com capacete, capa de super-homem e espada na cintura, chegou ele assustado, temeroso, mas pronto para o que desse e viesse.

Compreenda a fantasia

Entender que uma fantasia ocupa a mente do primeiro filho é muito importante. E não há explicação óbvia que dê conta da fantasia. Ele vê que a barriga da mãe cresce ou que em determinado momento ela já não pode mais carregá-lo, ou que sai para um outro local para receber esse "desconhecido". Todo esse contexto pode gerar fantasias que o mais criativo dos adultos jamais acertaria descrever.

Esse é o instante em que o acolhimento afetuoso desta mágoa possibilita a aceitação deste novo estado de fatos para que, de uma fantasia amedrontadora, surja uma realidade tranquilizadora.

Fazer com que ele participe do aumento da família é uma sábia atitude. Integrá-lo ao novo ambiente é muito mais importante que mandá-lo ou deixá-lo passar o dia em casa de amigos, avós e tios, como se dispensado e dispensável fosse. Isso o deixará muito mais exigente na volta para casa. Pode ter gestos agressivos que nunca teve. O melhor é sempre convidá-lo a ficar por perto, para que se sinta amado e confiante de que o lugar dele é dele.

É sempre bom estar atento ao pedir os objetos do bebê a ele e também com a frequência destes pedidos. Pegar fraldas ou chupetas, ocupá-lo como se as tarefas o fizessem mais participante, pode ser um caminho de mão dupla. A cada pedido atendido não esqueça de agradecer, mas não faça destes pedidos uma rotina. Se ele entender que só terá afeto se tiver utilidade, poderá reagir com irritabilidade e relutância em obedecer e atender a qualquer outro tipo de solicitação.

Além disso, manter as regras estabelecidas antes do nascimento do irmãozinho é fundamental. O excesso de "sim" o deixará em posição desconfortável, como se permitir fosse apenas uma forma de se livrar dele. E ele testará isso constantemente e exigirá cada vez mais.

Hábitos superados podem voltar

Hábitos já superados podem retornar com força total. Xixi na roupa ou na cama, pedir chupeta, chorar meio da noite para ir para a cama dos pais, todos esses são sinais de que ele está assustado. O melhor é reagir com segurança, dizendo não ao que sempre foi interditado e mantendo uma postura firme diante das novas demandas de retrocesso. Não exagere, equilibre. Os pais estão sob suspeita, podemos assim dizer, e se agirem como se fossem culpados, só piorará o já tão delicado acerto.

No momento em que o primeiro filho assistir ao bebê mamar, você pode pedir para fazer o mesmo, se ele ainda for bem pequenino. Com carinho e segurança, explique a ele que não mama mais. A vida caminha para frente e retroceder para que ele não sofra pode ser um passo perigoso. Ofereça algo para ele comer em copinhos ou pratinhos e converse com ele durante o tempo em que o bebê mama, isso o acalmará e o deixará em posição privilegiada, pois ele está crescendo.

A tranquilidade se fará necessária para que esta fase seja vivida como um aprendizado positivo para pais e filhos. Este é um período em que você vai estar muito cansada e solicitada. Os "postulados" da época do nascimento do primeiro filho são mais que válidos agora.

Nesta etapa inicial de adaptação, o ideal é organizar os momentos de receber visitas mais formais. Tente seguir os horários de sono e de privacidade de acordo com sua vontade e adequação ao novo ritmo da casa. Seja uma "egoísta familiar" no bom sentido.

A construção de uma família é um ato dos mais prazerosos da vida. Aproveite, cerque-se dos seus filhos todo o tempo que lhe for disponível. Você vai aprender e ensinar muito a eles. Está é a verdadeira noção do que é ter/ser uma família - a certeza e a sensação de cumplicidade e afetividade que durarão para sempre.

Abraçando a todas

Lady Chic

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