Olá pessoal, sábado lindo para vocês.
Nosso encontro hoje apresenta um texto de Giovanna
Tavares do site Delas, onde se publicou que a vaidade em excesso prejudica a vida
social e até avanços na carreira profissional.
A autora afirma que se alimentar da inveja dos
outros quase sempre é um sinal de insegurança e nos ensina como evitar essa
armadilha.
Vamos ver na íntegra?
Todo mundo já cantou, pelo menos uma vez, o refrão
do hit “Beijinho no ombro”, da funkeira Valesca Popozuda: “beijinho no ombro
para o recalque passar longe, beijinho no ombro só para as invejosas de
plantão”.
Foi com essa música que a palavra “recalque” ganhou
ainda mais fama – o termo faz referência ao sentimento de inveja. Anitta, outra
cantora brasileira, também soube transformar esse sentimento em música, em
“Show das poderosas”: “prepara, que agora é a hora do show das poderosas, que
descem, rebolam (...), expulsam as invejosas”.
A inveja não é nenhum fenômeno moderno e já foi até
listada como um dos sete pecados capitais. Mas o ato de se alimentar da cobiça
dos outros ganhou mais repercussão nos últimos anos, com a popularização das
redes sociais e a facilidade em postar a vida na rede, em tempo real.
“Esse sentimento sempre existiu, Freud já falava
sobre ele, mas nós sabemos que nas três últimas décadas a competitividade
aumentou muito, inclusive no ambiente corporativo, o que acaba alimentando a
inveja. Ela não está necessariamente relacionada a bens materiais, mas a
status, qualidades e relacionamentos”, explica Denise Diniz, psicóloga da
Universidade Federal de São Paulo.
No Brasil, qualquer situação de má sorte ou
infelicidade é atribuída, na maioria das vezes, ao famigerado “olho gordo”, ou
seja, à cobiça desenfreada dos outros. Para resolver a situação, existem
inúmeros rituais: amarrar uma fita vermelha em alguma peça de roupa, tomar
banho de sal grosso e andar com amuletos, entre outros. Embora ninguém goste de
assumir que sente inveja, a maioria presume ser invejada em suas conquistas
pessoais.
“Infelizmente, nosso país não apresenta condições
favoráveis para elevar a autoestima da população, ou seja, uma educação que
valorize as competências e os talentos e promova condições para que todos
tenham oportunidades para realizar seus desejos. Assim, reforça-se uma cultura
voltada para a incapacidade”, afirma a psicóloga e especialista em gestão de
pessoas Eline Rasera.
Necessidade de autoafirmação
Quem sempre acredita estar na mira dos invejosos
acaba adotando uma postura arrogante em relação aos demais, já que a raiz do
sentimento está na ideia de superioridade.
“Existem os
que são superiores em suas habilidades e não há como esconder isso. O errado é
tomar essa superioridade como instrumento de humilhação, mostrando excesso de
vaidade e falta de consideração com as pessoas”, atenta Luiz Cuschnir,
psiquiatra e coordenador do Grupo de Gêneros do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas.
Essa postura, muitas vezes ilusória, pode se tornar
um obstáculo para que o “invejado” consiga reavaliar suas qualidades e
contornar as inseguranças, sem depender da cobiça alheia.
“Tem a ver com insegurança, com a necessidade de
uma satisfação pessoal que depende da aprovação e da extrema admiração dos
outros. É sinal de que a pessoa gosta da sensação de ter alguma coisa que os
outros não têm, se sentindo mais poderosa”, explica Denise Diniz.
Outro perfil comum é o de pessoas que temem perder
suas conquistas em decorrência da energia negativa gerada pelos outros. Nesse
caso, os sentimentos de insegurança e de autoestima abalada são mais marcantes
do que a noção de superioridade, já que não existe a confiança no próprio
talento e apela-se para rituais de proteção. Dependendo da frequência e da
intensidade, esse temor pode se tornar algo patológico.
Exibição gratuita
Nas redes sociais, o desejo de ser invejado tende a
se manifestar com maior frequência. O próprio Instagram, aliás, já foi apontado
como uma das redes que mais causa depressão entre os usuários, de acordo com
uma pesquisa da Universidade de Homboldt, na Alemanha.
“As redes sociais são veículos de exposição
seletivos, ou seja, a pessoa escolhe deliberadamente o que postar e
compartilhar, o que facilita a exposição de feitos e conquistas”, reforça Eline
Rasera. Um prato cheio para os que fazem tudo por um “curtir” nas fotos e
postagens de sucesso.
No ambiente corporativo ou na vida pessoal, o mais
indicado é adotar uma postura humilde e comedida em relação às conquistas, já
que a vaidade exacerbada pode ser vista com maus olhos e comprometer avanços na
carreira, por exemplo.
“Hoje, com a valorização do relacionamento em
equipe além da eficiência profissional, essa postura arrogante ou autoritária é
malvista. O arrogante humilha os demais. Quem é humilde se posiciona sem
precisar diminuir os outros”, aponta Luiz Cuschnir.
Beijão no coração das amigas e até amanhã com muito
carinho.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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