
Amadas amigas do meu blog eu desejo a todos uma sexta feira repleta de coisas boas.
Nosso tema para hoje é da ilustre Thays Sant’Ana, colhido carinhosamente da revista Bons Fluidos, para vocês que precisam e querem estar sempre de bem com a ávida.
O lindo texto inicia com uma afirmação muito reflexiva que diz: Um verdadeiro presente Um velho ditado nos diz: o ontem é história; o amanhã, um mistério. O hoje é uma dádiva, e por isso o chamamos de presente. Descubra quão precioso pode ser desfrutar dessa bênção concedida a cada um de nós, todos os dias.
Espere um pouco. Você tem certeza de que ativou o alarme do seu carro, trancou a porta antes de sair de casa ou fechou a janela porque sabia que poderia chover? Sabe onde foi parar a chave que estava nas suas mãos poucos minutos atrás? E o cartão do banco que você jura ter guardado na carteira? Esse não é um teste de memória, mas, se você respondeu não à maioria das perguntas ou se tem identificação com esse tipo de dúvida, fique atenta, você pode ser mais um dos bilhões de seres humanos que levam a vida no automático..
Sejamos sinceras, não é exagero dizer que poucas vezes nossa cabeça está, de fato, junto do corpo, no momento presente. Enquanto executamos nossas atividades diárias, é muito comum encontrarmos a mente remexendo algo do passado, próximo ou distante, ou projetando inúmeras expectativas para o futuro. Não é que haja, necessariamente, algo de errado com isso, mas, ao agirmos de tal maneira, nos esquecemos de olhar para o que está se passando aqui e agora, dentro e fora de nós.
Para o mestre espiritual Eckhart Tolle, autor do livro O Poder do Agora (ed.Sextante), dessa forma “a jornada da vida deixará de ser uma aventura, será apenas uma necessidade obsessiva de chegar, de alcançar, de ‘fazer algo’. Você >> também deixará de ver ou de cheirar as flores ao longo do caminho e não reconhecerá a beleza e o milagre da vida que têm lugar à sua volta quando estiver presente no agora”.
Tudo sob controle?
Mas por que será que é tão difícil ficar inteiramente focada? A esperta mente humana criou para si um sistema ilusório de proteção que lhe dá uma falsa sensação de segurança. “Nós revisitamos o passado o tempo inteiro, pois ele é conhecido e podemos nos lembrar dos momentos que gostamos de viver, ou imaginar que algo poderia ter sido diferente. Quando projetamos o futuro, a tentativa é de controlar o desconhecido, evitando qualquer surpresa desagradável, o que nada mais é do que uma remontagem do passado, com tudo o que gostamos e sem o que não gostamos. Nesses dois tempos, somos orientados por desejos e medos.” É o que pensa o terapeuta, instrutor de meditação zen e coordenador do Instituto de Renascimento de São Paulo Khalis Chacel.
A psicanalista Paulina Cymrot, de São Paulo, menciona, em seu livro Ninguém Escapa de Si Mesmo (ed.Casa do Psicólogo), uma frase do filósofo Santo Agostinho: “só existe o momento presente”. Ela explica que o que chamamos de passado e, de fato, ainda incomoda, não passou. Nesse caso, ficamos presos a fatos não elaborados que podem esconder uma série de autoenganos. “Quando somos crianças, muitas vezes, confundimos frustração com abandono, rejeição ou desamor e isso pode permanecer a vida toda se os modos de pensar, sentir e nos relacionar não sofrerem evolução.” Por outro lado, o que chamamos de futuro são apenas nossos anseios, medos e imaginações presentes. Apesar de sabermos que estamos sujeitos a tudo, a qualquer momento, pensar nisso assusta. Nesse sentido, o vaivém do jogo mental nos dá a impressão de que podemos controlar os acontecimentos. Mas a psicanalista lembra que essa tentativa nada mais é do que uma fantasia onipotente, afinal, na realidade, não temos controle sobre quase nada, muito menos quando o assunto envolve outras pessoas.
Contudo, estar no presente demanda uma tremenda aceitação de quem somos. “Principalmente no Ocidente, não importa quão bom sejamos, convivemos com uma exigência de sermos sempre melhores. Assim, nos deparamos com uma frustração acerca do que poderíamos ter sido e não fomos, ter feito e não fizemos, e com uma expectativa do que podemos nos tornar”, defende a instrutora de ashtanga ioga, com formação na Índia, e proprietária do estúdio Dai-me Yoga, em São Paulo, Patrícia Varela. “Precisamos pesquisar nosso interior e nos perguntar: por que eu não me basto? Por que esse momento não me basta? Por que não considero meu corpo bom o suficiente? Por que não posso honrar esse passo que já dei no meu projeto mesmo sem têlo concluído ainda?”
A formação que recebemos, desde muito cedo, também é outro estímulo poderoso para termos uma mente inquieta. “Dois terços do nosso cérebro são responsáveis pelos movi mentos e todas as estruturas associadas a eles. Podemos considerar que a educação, hoje, é basicamente cercear movimentos – não pode isso, não pode aquilo – e muitas vezes a criança tem que ficar parada, olhando para o professor. Para dar vazão aos impulsos, o pensamento dispara, numa tentativa de fazer na mente o que não se pode fazer na prática. No entanto, como o movimento não se realiza de fato, repetimos esse padrão a vida inteira”, explica Khalis.
Seja qual for o seu mecanismo para fugir do aqui e agora, o mestre espiritual Eckhart Tolle adverte: a falta de presença pode gerar doenças. “Mal-estar, ansiedade, tensão, estresse e preocupação – todas as manifestações de medo – são causados por um excesso de futuro. Culpa, arrependimento, ressentimento, injustiça, tristeza, amargura e outras formas em que há ausência de perdão são provocadas por um excesso de passado.”
Amanhã continuaremos com este assunto. Aguardem!!
Abração a todas
Lady Chic
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