Olá queridas amigas, saúde e prosperidade para
vocês.
Hoje nosso texto vem de Tatiana Gabbi
dermatologista e especialista do site Minha Vida, onde se questiona e explica
se é possível prevenir a calvície masculina.
A autora afirma que não dá para impedir o processo,
mas é possível tratá-lo precocemente
Vejamos os detalhes.
Tatiana Gabbi dermatologista |
Como ocorre a calvície
Em primeiro lugar, vale a pena explicarmos um
conceito fundamental que é o mecanismo através do qual a doença surge e se
manifesta. A maior parte das pessoas acredita que os cabelo ficam ralos porque
caem mais do que o normal. Isso é um engano muito comum! Na realidade, o que
ocorre é que os hormônios masculinos (testosterona e seus derivados) se ligam a
receptores próprios que ficam nos pelos, levando à miniaturização dos fios em
pacientes geneticamente suscetíveis. Neste sentido, é interessante saber a
idade com que os parentes do indivíduo começaram a observar a diminuição dos
cabelos.
Devemos idealmente intervir antes disso.
Sabemos que as manifestações clínicas da calvície
masculina são variáveis e os primeiros sinais podem surgir já na adolescência,
com alguns padrões característicos de perda dos cabelos. As
"entradas", conhecidas por "alopecia androgenética de padrão
bitemporal", constituem a manifestação inicial. Na sequência, ocorre a
perda no vértex (topo da cabeça) e na região mediana, preservando o cabelo da
área occipital (mais próxima ao pescoço).
O hormônio di-hidrotestosterona ou DHT pode ser
produzido a partir da testosterona circulante, em uma reação química possível
graças a uma enzima (proteína que acelera reações químicas) chamada
5-alfa-redutase. A DHT é cinco vezes mais potente que a testosterona e é o
hormônio chave no surgimento da alopecia androgenética. O fato de que os
receptores para este hormônio não se encontrarem distribuídos igualmente em
todo o couro cabeludo explica os padrões de perda de cabelos.
A miniaturização dos fios é o que leva ao
desaparecimento do cabelo em determinada região. No entanto, o exato mecanismo
envolvido permanece desconhecido, acredita-se que os hormônios masculinos,
através de sua ligação com os receptores localizados nos pelos, levem a uma
alteração do crescimento.
O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja,
feito apenas através do exame físico. É importante puxar os cabelos, para
diferenciar de outras causas de queda. A dermatoscopia (exame com lente)
permite visualizar os pelos diminutos e colabora com esse diagnóstico, sendo
útil também no seguimento do paciente. Outros recursos diagnósticos como
biospia, tricograma e videodermatoscopia podem ser utilizados, dependendo de
cada caso.
Como tratar?
Diante disso, é importante salientar que existe muito
pouco que possa ser feito para prevenir a doença, uma vez que ela é
geneticamente determinada. Porém, o tratamento instituído precocemente retarda
e até uma discreta melhora o quadro clínico. Portanto, é fundamental que os
filhos de pais calvos fiquem atentos e idealmente procurem o dermatologista
para iniciar um acompanhamento cerca de 10 anos antes da idade em que seu pai
começou a notar a calvície e/ou ao menor sinal de entradas.
Neste primeiro momento, serão indicadas medicações
tópicas como o minoxidil, xampus específicos e loções. Caso seja necessário e o
paciente concorde, pode-se lançar mão da finasterida, medicação oral.
Salientamos que ambas as drogas citadas estimulam o crescimento do cabelo em
alguns homens, mas são mais úteis como prevenção das manifestações clínicas do
que como recuperação da calvície. Como a doença é crônica e evolutiva, o
tratamento deve ser instituído precocemente e mantido por tempo prolongado.
Ambas as drogas têm um bom perfil de segurança. O
minoxidil, usado a 5%, é uma medicação usada no local, sob a forma de loção
capilar, duas vezes ao dia, no couro cabeludo seco. No início, durante os dois
primeiros meses, pode haver aumento da queda dos cabelos, que deve ser
interpretada como indicativa de boa resposta ao tratamento. O pico de ação
ocorre por volta de 16 semanas de uso. Os efeitos colaterais mais comuns são:
irritação local, aumento dos pelos em locais indesejados (face e mãos) e
taquicardia.
A finasterida inibe aquela enzima, a
5-alfa-redutase, que é responsável pela conversão de testosterona em DHT. É uma
medicação oral, usada originalmente para tratar uma doença da próstata, a
hiperplasia prostática benigna. No entanto, por reduzir a DHT circulante, pode
produzir aumento significativo e durável do crescimento dos pelos. É mais
responsiva para os casos de perda dos cabelos do topo da cabeça e frontal
superior, tendo resposta mínima nas regiões temporais e na linha anterior.
No entanto, o tratamento deve ser continuo porque
os benefícios obtidos não são mantidos com a retirada da medicação. Além disso,
a doença é progressiva, conforme já dissemos. Como efeitos colaterais, a
finasterida pode causar perda de libido, disfunção ejaculatória, aumento das
mamas e depressão em um pequeno número de indivíduos. Essas alterações em geral
são transitórias, mas há alguns relatos de caso em que essas alterações se
tornaram persistentes.
Nos casos mais avançados, pode ser indicado o
transplante capilar. A área doadora é a região occipital, local em que os pelos
não possuem receptores hormonais, e, portanto se mantêm apesar dos hormônios
circulantes, mesmo quando colocados em outras regiões.
Obrigada a Dra Gabbi e ao site Minha Vida pelos esclarecimentos
que com certeza irão ajudar inúmeras pessoas a compreender melhor o assunto em
foco.
Por
Beth Vasconcelos
Beth Vasconcelos
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