quarta-feira, 17 de novembro de 2010

VOCÊ SE ACHA HORRÍVEL??

Amadas amigas do Blog Lady Chic eu desejo a todas uma Linda Quarta Feira.

Vamos falar de saúde emocional, num texto da Dra. Olga Inês Tessari - Psicóloga e Psicoterapeuta.

O tema Sou horrível para nossa reflexão de hoje vem abordando a percepção equivocada que a pessoa tem da própria imagem quando está com a doença.

Acompanhem e tenham um lindo dia.

Afirma a ilustre psicóloca que toda mulher é vaidosa a ponto de querer sempre melhorar algo, reclamar do cabelo, sonhar com seios maiores ou com 3 quilos a menos na balança! Pequenas imperfeições todas nós temos, e vontade de mudá-las também. Isso é até benéfico, a partir do momento em que se usa essa vontade para melhorar a aparência.

Mas quando a insatisfação cresce a ponto de trazer infelicidade e tomar muito espaço na vida pessoal, chegando a afetar a rotina, é sinal que algo não vai bem. Isso é um sintoma do TDC, transtorno dismórfico corporal, um mal que normalmente surge na adolescência e pode se estender pela vida adulta.

O TDC é um transtorno mental que tem como característica principal a percepção equivocada que a pessoa tem de sua própria imagem corporal, vendo "defeitos" em determinadas partes do corpo e preocupando-se em demasia com pequenos detalhes que passam desapercebidos aos olhos das outras pessoas, tais como nariz torto, imperfeições na pele, orelhas com tamanhos diferentes, narinas um pouco abertas, etc - explica a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari.

Segundo ela, a preocupação com tais "defeitos" é exagerada, distorcida e pode até ser totalmente falsa. Isso leva a pessoa que sofre deste mal a ter uma reação muito exagerada a respeito, acarretando prejuízos nas relações pessoais, familiares, sociais e profissionais.

Esses prejuízos acontecem porque quem sofre de TDC passa tanto tempo se preocupando com a aparência, que acaba deixando outros afazeres de lado. São minutos e até horas checando o corpo, comparando-se com outras pessoas, e tentando camuflar defeitos inexistentes, o que gera um estado constante de preocupação e ansiedade.

- Já cheguei atrasada a compromissos importantes como provas e entrevistas, porque cismava que a minha pele do rosto era muito feia devido à acne e perdia um tempo enorme me maquiando - conta a estudante de Administração R.L., de 24 anos - No dia em que faltei a um processo seletivo de estágio porque achava que meu rosto estava horrível, chorei tanto que minha mãe me convenceu a procurar um tratamento psicológico.

Plásticas não atenuam a insatisfação

O Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos. Só neste ano, estima-se que serão feitas 800 mil lipoaspirações. Esse é um dos procedimentos procurados por quem sofre de TDC.

- É comum escutar de algumas pacientes que elas poderiam ter lipoaspirado um pouco mais, colocado um implante mamário maior e retirado um pouco mais de pele da barriga - diz o cirurgião plástico Gustavo Merheb, do Espaço Merheb, no Rio de Janeiro.

O médico conta que são muitos os casos de mulheres que não têm o que retocar e o procuram para fazer plástica.

- Há pacientes que realmente não precisam de cirurgia. O melhor a fazer em casos absurdos é não operar porque a insatisfação será eterna - defende. Ele ainda lembra que há quem descarregue todas as frustrações em algum aspecto do corpo e ache que mudar fisicamente irá resolver a vida. Resolvida a insatisfação física e mantida a insatisfação emocional, a paciente se vê de novo na roda-viva do vazio existencial.

Meheb acredita que a cirurgia plástica pode servir de estímulo inicial para uma vida mais saudável, e não deve ser uma bengala para garantir a satisfação da paciente com todos os aspectos de sua vida.

- Buscar a beleza por meio de cirurgias plásticas é válido como ponto de partida para adoção de hábitos saudáveis e para a melhoria da auto-estima - explica ele.

TDC pode gerar até depressão e fobia social

A preocupação demasiada com a aparência pode levar quem sofre de transtorno dismórfico corporal à depressão e, em casos extremos, evitar o convívio social. Tudo porque a pessoa pensa que todos estão observando seu "defeito".

- A vida fica afetada e torna-se limitada como um todo pelo fato dela viver em função deste seu problema imaginário - explica a psicóloga Olga Inês Tessari.

De acordo com a psicóloga Catarina Wolff, ambos os sexos podem ser afetados.

- É relativamente mais comum aparecer este transtorno em pessoas que apresentam depressão, fobia social, transtorno obsessivo compulsivo e que procuram muito a cirurgia plástica e dermatologistas - afirma Catarina.

Segundo o cirurgião plástico Gustavo Merheb, o médico deve ter muito critério ao receber pacientes e também valorizar sua parte emocional.

- O ideal é que a paciente chegue ao consultório certa do que quer para que o médico possa orientá-la e tirar dúvidas quanto às técnicas, expondo as possibilidades reais de tratamento existentes. Deve-se estar atento aos pedidos dos pacientes, aos seus sonhos e aspirações, mas sem criar falsas expectativas - esclarece Merheb.

Tratamento

O tratamento indicado é a psicoterapia, que atua na modificação dos pensamentos negativos e distorcidos, assim como as crenças irracionais sobre a aparência física. Muitas vezes é necessária a medicação para aliviar os sintomas da ansiedade. Mas até procurar tratamento, os portadores de TDC passam por um longo e doloroso caminho.

- Pessoas com TDC procuram ajuda psicológica somente quando experimentam sintomas de depressão, auto-estima diminuída, isolamento social, obsessões e compulsões, mesmo assim só depois de muito sofrimento, depois de buscar, em vão, soluções mágicas para resolver seu "defeito", como cirurgias, e por indicação dos médicos - afirma Olga Inês Tessari.

Segundo a psicóloga, a atividade física é importantíssima para aliviar o stress provocado pela tensão acumulada. A medicação se faz necessária quando o nível de ansiedade for elevado e provocar sintomas físicos tais como taquicardia, suores, tremores ou falta de ar.

- O tratamento é longo, e deve ser mantido pelo tempo necessário e indicado pelo psicólogo e médico, pois são comuns as recaídas - conclui a psicóloga.

Abraços para todas

Lady Chic

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