domingo, 1 de março de 2015

VAMOS APIMENTAR?

 

Oi pessoal, feliz Março para todo o Mundo.
Nosso encontro hoje celebrando o mês que se inicia, apresenta um texto muito elucidativo da Dra: Raquel Baldo Vidigal, psicóloga e especialista do amado site Minha Vida, onde se publicou que a chamada zona de conforto pode ser prejudicial para relacionamentos longos.
Nesta oportunidade o texto nos permite entender  melhor o conceito e mostrando ainda, dicas para não cair nessa monotonia da relação
Vejamos com atenção os detalhes.
Acho o termo "zona de conforto" muito curioso. Fiquei pensando a respeito e convido vocês a fazerem o mesmo. Pensei que, quando mencionamos a palavra conforto, nos vem à mente uma ideia de algo bom, uma sensação gostosa de aconchego, falta de preocupação, algo sem muito esforço e talvez até segurança. Não acham?
Mas este termo "zona de conforto" sugere outro contexto. Ele nos faz pensar numa área, num tempo em que o conforto citado é na verdade um alerta, uma sinalização de que alguém (ou o casal) está avançando uma área/zona que pode representar risco e isto nos faz rever a ideia deste conforto. Que conforto é esse?
Estar na área de conforto é estar naquele limite entre o confortável e a preguiça, entre o confortável e o desleixo/falta de cuidado. Se não soubermos o limite ideal (que provavelmente é aquela linha tênue que pode passar desapercebida facilmente), podemos tornar o conforto da relação em um desprazer do cotidiano, uma mesmice, um tédio. Ou seja, a falta de preocupação, de cuidados, de esforços e de produção pode gerar uma falta de alimento na relação e acabar chegando ao fim ou a uma vida triste e sem perspectivas.
Intensidade X calmaria
Se observarmos histórias, poemas e filmes, vamos nos deparar facilmente com a ideia de que as relações amorosas são intensas e sedutoras quando vivem momentos de sacrifícios, de dedicação e de busca por paixão. Correr atrás da pessoa amada, presentear, surpreender, enfrentar e superar preconceitos, dificuldades, doenças... Tudo isso nos faz idealizar o amor e nos encanta. A paixão excita e gera empolgação, movimentos de força e capacidade para produzir, criar, salvar, mudar, não o outro somente, mas a si mesmo em especial. Quando estamos apaixonados acreditamos, muitas vezes que somos mais e que podemos mais e por isso doamos mais, do nosso EU. É, sem dúvida alguma, uma fase deliciosa de vida. E se for bem organizada e percebida pelo casal, tende a ser forte colaboradora do amor que pode surgir. Este amor tende a ser um fogo mais brando, não menos quente, apenas mais contido, para gerar construções na vida em conjunto e isto não significa perder o calor do desejo ou da admiração por si e pelo outro.
É muito comum as pessoas confundirem a estabilidade e o conforto de uma relação com a perda de prazer. Mas na verdade, o contrario da paixão é o tédio, é nele que devemos nos atentar. Uma vida estável, com rotinas (casal, filhos, trabalho, estudo, casa) não precisa ser entediante. Na verdade a rotina é necessária e fundamental para que se possa construir e conquistar as coisas na vida e até pode ser colaboradora para criações e novidades.
O que torna uma relação entediante é a da falta de vitalidade: falta de sonhos, falta de desejo, falta de empenho e vontade de fazer mais, falta de elogios, falta de enxergar o outro e a si mesmo. Essas faltas tornam a vida de qualquer um monótona e sem graça. Muitos casais se tornam entediantes, pois estão juntos há muito tempo, possuem bom histórico, possuem muitas preocupações com a vida (que lhes toma muita energia) e acreditam que toda relação um dia perde sua graça e vida. Mas isso não é verdade e não precisa acontecer.
Por que o fogo apaga?
O problema de uma relação entediada não é o tempo ou as preocupações da vida (apesar deles serem responsáveis por muitas mudanças), a grande questão aqui é o fato que a pessoa perdeu-se de si mesmo, ficou esquecida em algum momento de sua vida. Sua existência está abalada, seu conflito é não saber mais quem é ou para onde vai. E é muito comum culpar uma relação por isso, visto que ainda hoje em dia se fantasia muito a respeito das relações. As pessoas ainda acham que para ser feliz é preciso abrir mão de si pelo outro, por amor, porque é feliz se o outro é feliz e acreditando que o outro fará o mesmo por você e por isso não ficarão sem ser atendidos ou sem existir.
Tudo isso é muito lindo e delicioso de sentir, mas se refletirmos um pouco, isso na verdade é um grande risco. Pois por maior e melhor que seja a boa intenção e amor do outro para conosco, este outro jamais irá conseguir preencher aquilo que corresponde ao nosso mais intimo, o nosso EU e nem mesmo nós conseguiremos oferecer ao outro o intimo dele.
Essa fantasia de misturar ideias, de se tornarem um só, não haver mais eu e outro somente ambos, propõe ao casal deixar de existir enquanto sujeitos/indivíduos e isso acaba sendo o maior motivo da perda de vida de alguém na relação e a porta para o tédio. Portanto mesmo que o casal consiga conquistar seus projetos, ter uma vida calma e estável, pode estar ao mesmo tempo desvitalizando a relação por que alguém ou os dois deixaram de existir. Quando alguém perde ou não tem um sentido próprio para a vida, acaba deixando de sentir a graça do viver. Esta falta de graça e de gosto em existir e ser alguém é o tédio da própria existência e isso pode acabar sendo confundindo facilmente com a sua relação, ou mesmo gerar o tédio no casal.
Vejam bem, não falo aqui, nem mesmo sugiro, que o casal deva ter projetos individuais que excluam o outro da vida, não é isso. Na verdade este ponto também é muito perigoso e colaborador do tédio, pois se eu faço planos de diversão e construção sem contar com meu parceiro, estarei deixando somente o lado trabalhoso e chato para o casal e com certeza isso só irá reforçar o tédio.
Mas o que tento aqui explicar é que a necessidade de cada pessoa no casal deve existir por si, para poder ter força de oferecer algo seu, de construir algo que goste e de partilhar com o outro. Estou falando em manter a autenticidade de existir e encontrar a sincronia com a pessoa escolhida para amar.
Outro ponto que vale a pena ressaltar é que casais, ou pessoas, que possuem dificuldade em mudar na vida, tendem a ser mais propícios ao tédio ou a monotonia. Isso porque a vida, o tempo que corre nela e as condições do mundo irão gerar mudanças no dia a dia e não temos como não passar por isso. Iremos engordar, emagrecer, mudar de emprego, cidade ou casa, ter filhos, aprender novos hábitos e portanto, de tempos em tempos, aquele casal não será mais o mesmo de quando se conheceram. O que era bacana no começo hoje em dia pode ser ruim e é preciso estar bem atento a isso durante toda relação, ou irão continuar repetindo algo que já não existe mais, ou que até mesmo incomode. O casal precisa reparar nestas mudanças, que são pequenas e do cotidiano e investir nelas, ou seja, agregá-las a vida. Para não cair nessa falta de mudança, é preciso olhar, enxergar não aquilo que se quer ver, mas aquilo que existe e acontece a sua frente, para poder entender as mudanças e tirar bons proveitos delas.
Para finalizar, volto a colocar vocês para pensar comigo: se o casal respeita e preserva a existência de cada um na relação e entende que deve estar aberto as mudanças que a vida irá proporcionar, é muito provável que estarão de tempos em tempos vivendo novidades, fantasias, desejos de ter e ser. Se o casal estiver aberto a viver e aproveitar cada fase que a vida irá trazer, desde as mais saborosas até as mais amargas, irão reviver de tempos em tempos momentos de paixão e conquista, um pelo outro, por si mesmos, pelo casamento... Isso parece a vida e parece também uma boa tática contra o tédio. Não acham?
Como já dizia Cecilia Meirelles: "...Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada!".
Como sempre, desde já agradeço de coração a equipe sempre muito competente do site Minha vida e conclamo todas as amigas para que vivam este lindo dia como se fosse o último de suas vidas.
Beijão para todas e até amanhã.

Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos

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