Oi pessoal, feliz terça
feira para todas vocês.
Hoje falaremos como manter
o casamento durante uma grave crise financeira.
O crédito é de Raquel
Paulino - especial para o iG |Delas.
A autora inicia afirmando
que seja fruto de atividades escondidas ou de perda de emprego, a diminuição do
capital do casal pode afetar o relacionamento. Diz ainda que com amor,
paciência e um plano, precisamos aprender como lidar com isso...
Vejamos mais detalhes.
Enquanto o relacionamento
está nas condições ideais – a chama do romance acesa, a conexão entre os dois
garantida no dia a dia e as contas pagas com tranquilidade –, tudo é um mar de
rosas em um casamento. Mas imprevistos acontecem, e uma instabilidade financeira
pode colocar tudo a perder.
Uma pesquisa feita pelo
IBGE em 2012, estudos independentes realizados desde 2010 para cá no País e o
livro “Os Segredos dos Casais Inteligentes”, de Gustavo Cerbasi, chegaram a um
dado unânime: crises conjugais relacionadas à falta de dinheiro são a segunda
maior razão dos divórcios realizados no Brasil, atrás apenas das traições
conjugais. Mas, de acordo com especialistas tanto da área financeira quanto da
psicológica, não precisaria ser assim.
JOGAR NO MESMO TIME
“Não há generalização no
aspecto psicológico, especialmente por esse tipo de situação envolver duas
pessoas, mas a crise financeira do casal pode ser excelente para aumentar o
afeto e o vínculo depois de sua superação”, defende a psicóloga Cleide Bartholi
Guimarães, autora do livro “Até que o Dinheiro nos Separe – A Questão
Financeira nos Relacionamentos”.
Alcançar esse objetivo,
segundo ela, depende de o casal jogar no mesmo time. “Há que se conversar com o
objetivo de andar para a frente, de encontrar soluções, não apenas ficar
martelando o problema de forma pessimista”, pondera.
QUEBRA DE CONFIANÇA OU
PERDA DE RENDA?
Saber como e em que
velocidade lidar com a questão dependerá da origem da crise. Economista e
autora do livro “Finanças Femininas”, Carolina Sandler conta que são duas as
principais causas: a traição financeira e a perda de emprego.
Na primeira, o que ocorre
é uma quebra de confiança. “É quando uma das partes empresta dinheiro do casal
a amigos e parentes sem consultar a outra, gasta economias conjuntas em algo
para si sem avisar ou mente sobre seus ganhos”, exemplifica Carolina, que
também esclarece que a segunda é causada por fatores externos, pois uma
demissão dificilmente é planejada ou esperada, mas afeta o casal de igual
maneira.
ABORDAGENS DIFERENTES
Para Cleide, tratar a
traição financeira é como tratar uma traição afetivo-sexual: é preciso
reconstruir a segurança mútua do casal. “Conversa-se bastante, e a terapia de
casal ajuda. Em muitos casos, a parte traída perdoa, mas sempre fica com aquele
pezinho atrás”, diz.
Eliminar essa
desconfiança, de toda forma, é mais prático quando o problema é meramente
financeiro, como ensina Carolina: “Basta mostrar extratos, faturas do cartão de
crédito, boletos, notas fiscais. Bem mais simples do que uma traição pessoal,
que mexe com as bases do amor”.
Já quando um dos dois
perde o emprego, os segredos são a compreensão, o carinho e a execução de um
plano de ação para não se perder nas contas da casa. “O ideal é que cada um
tenha um fundo de emergência para lidar com o desemprego. Ter uma poupança de
três vezes o valor do salário é um bom começo”, sugere Carolina.
Mas se o sufoco chegou de
uma vez, sem essa preparação, o jeito é sentar juntos, analisar as contas e ver
o que dá para cortar para que os gastos caibam no orçamento atual, até a
recolocação no mercado. E, alerta Carolina, de jeito nenhum entrar em
empréstimos para bancar as contas. “Os juros estão muito altos e a realidade é
que por um tempo continuará não existindo uma das fontes de renda da família.
Isso vai certamente se tornar uma bola de neve e só piorar a chance de
reequilíbrio”, afirma.
AFETO E SEXUALIDADE
COMPROMETIDOS
Independentemente do
motivo da dificuldade financeira, alguns casais acabam migrando a crise também
para o afeto e a sexualidade. Já não há mais paciência para apelidos carinhosos
e pequenas gentilezas; transar, então, nem pensar. O comum é atribuir essa
mudança de comportamento às preocupações com as contas, mas o buraco
normalmente está mais embaixo.
Cleide explica: “Quando o
relacionar-se já não é bem trabalhado desde antes da crise, o peso que ela terá
será muito maior. Se manifestarão a agressividade, cobranças, xingamentos e,
consequentemente, a falta de afeto e de desejo. Mas esse era um problema que já
vinha de antes”. Ou seja, a falta do dinheiro ao qual o casal estava acostumado
apenas desencadeia as reações negativas sobre o relacionamento em si.
“Daí começa um jogo de
pressões. Para solucionar, só fazendo um esforço e parando de apontar o dedo um
para o outro”, continua a psicóloga. “Quando o dinheiro representa mais do que
o relacionamento para uma das partes, ou até mesmo para as duas, dificilmente
esse casal vai saber lidar com a mudança que a crise financeira trará para o
dia a dia. Ou mesmo vai querer fazer isso”, finaliza.
Obrigada equipe show do
iG/Delas, às amigas que compartilharam conosco as reflexões do assunto e todo o
mundo que se liga no Lady Chic.
Beijão para todos e até
amanhã.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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