Nosso assunto hoje é uma matéria da excelentíssima escritora Zíbia Gasparetto, colhida graciosamente do site M DE MULHER, com dias para vocês criarem um escudo próprio contra a tão temida violência urbana que assola o País.
Diz a escritora:
Recentemente, vi na televisão duas meninas brigando no colégio enquanto a mãe de uma delas mandava a filha “bater conforme ela tinha ensinado”.
Ela não é a única que incentiva a violência, apostando que isso defenderá seus filhos da maldade solta pelo mundo.
Porém, acreditar que a violência possa resolver essa questão é uma mentira! Mais: quando alguém tem essa crença, contribui para que a agressão aumente e se fortaleça.
Com tanta gente pensando assim, não é de se admirar que as coisas tenham chegado à atual situação! Dá para entender porque o medo tomou conta da humanidade, que se enclausura dentro de casa, protegendo-se conforme pode, com redes elétricas, câmeras e seguranças. Isso quando têm dinheiro para tanto.
Mas…. e os que não podem pagar por esses serviços?! Esses tentam se defender do jeito que conseguem, endurecendo atitudes e “treinando” defesa pessoal. Na tentativa de evitar o pior, valem-se de todos os recursos.
Não estou, com isso, justificando a atitude dessa mãe que ensinou a filha a bater, o que só piora o caso. Mas, talvez, essa tenha sido a maneira de ela ajudar a filha a enfrentar uma situação que está acontecendo nas escolas. A falta de respeito nas salas de aula teve início há muitos anos.
Eu me recordo de quando meus filhos estudavam no primeiro grau em uma escola pública. Eles sempre reclamavam que alguns professores humilhavam os alunos quando não entendiam uma matéria, chamando-os de burros e ignorantes. Naquela época, era obrigatório o ensino da religião católica nas escolas.
Mas a presença era facultativa, em respeito à liberdade religiosa no país. Éramos espíritas e meus filhos se recusavam a comparecer às aulas, ministradas por um padre com sotaque estrangeiro que os aborrecia.
Após essas aulas, quando retornavam à sala, o professor costumava ridicularizálos diante dos companheiros, fazendo gozação sobre os espíritos.
Eu e meu marido ouvíamos o que nossos filhos tinham a dizer e, apesar de entender que essa atitude era errada, nós os aconselhávamos a não dar importância. Mesmo assim, meu filho, Luiz, algumas vezes se levantava e questionava o professor.
Então, eu era chamada. Certo dia, quando entrei na escola, antes de ir à diretoria, a professora de matemática se aproximou e disse: “Não ligue para que vão lhe dizer. Eu admiro muito seu filho”. Senti-me reconfortada.
Era a melhor professora da escola. Temida por ser muito exigente, mas respeitava os alunos. Uma pessoa justa.
Os dois ficaram amigos e ele era o único que a mestra convidava para ir tomar chá em sua casa. Não acho que meu filho fosse melhor do que os outros, mas, desde pequeno, sempre buscou ser verdadeiro e reagir contra as injustiças.
Sei que existem professores dedicados, que levam a sério a educação, que são abnegados e idealistas. Eles são heróis, lutando contra uma situação deteriorada.
No entanto, foram os maus professores que acabaram por transformar nossas escolas no que elas são hoje. Por causa do progresso, somos menos moralistas, temos mais liberdades e a repressão diminuiu. Mas muitas pessoas exageraram e perderam o ponto de equilíbrio. Agora, pagam caro pela inversão dos valores éticos e espirituais.
Para restaurar a paz é preciso respeitar as diferenças, dizer não à violência – primeiro dentro de si, depois na família e na sociedade. É preciso dar o exemplo, falar e fazer. Gerenciar os pensamentos, dizer não à maldade, sair do julgamento e ficar no bem. Só assim você estará protegida.
Abraços carinhosos para todas.
Lady Chic
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