Olá amigas do Lady Chic.
Neste lindo domingo de sol eu trago aqui um artigo de Fernanda Aranda, iG São Paulo, onde relata que o chamado AVC (ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL) em mulheres jovens avança no País. Afirma a autora que em um ano, casos em menores de 50 anos subiram 5,6%. Diz ainda que dor de cabeça intensa e visão borrada podem ser sintomas do AVC.
Confiram a notícia na íntegra.
As pesquisas científicas – nacionais e internacionais – já mostraram evidências concretas de que o sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade, uso de drogas e estresse tornaram o acidente vascular cerebral (AVC) uma ameaça mais precoce, que não pode ser mais associada só aos pacientes que passaram dos 60 anos.
Levantamento feito pelo Delas no portal Datasus – banco de dados eletrônico abastecido por todos os hospitais do País (públicos e privados ) – mostra que nos últimos dois anos, 3.712 mulheres com menos de 50 anos foram vítimas de AVC no País (popularmente chamado de derrame). Entre um ano e outro, o aumento de casos foi de 5,6% (de 1.802 para 1.910).
Para a médica Matilde Spósito – que trabalha no hospital paulista Lucy Montoro na área de recuperação dos sobreviventes do AVC – é um erro achar que as seqüelas do problema são mais amenas em pessoas mais jovens. “Não depende da idade do paciente e sim do dano causado pela lesão. Por vezes, a parte comprometida do cérebro é muito grande e os efeitos são bem nocivos”, afirma a especialista, que utiliza a toxina botulínica (botox) para amenizar os efeitos como paralisia facial de alguns doentes.
Foi o caso da bióloga Luciana Scotti, hoje com 40 anos, vítima da doença aos 20 de idade. Ao acordar do AVC, ela teve todo o corpo paralisado. Perdeu a fala, não anda mais e também não mexe os braços. Com o movimento de um só dedo, hoje ela trabalha na Universidade de São Paulo e divide sua experiência por meio da escrita. O primeiro livro “Sem asas ao amanhecer” levantou a importância de informações sobre o acidente vascular cerebral em mulheres jovens, em especial as fumantes.
Fatores internos e externos
No livro, Luciana diz que o indício mais concreto de causa do seu AVC foi o uso combinado de anticoncepcional e cigarro. Os médicos confirmam que a dupla é um dos fatores de risco do acidente vascular nas mulheres mais novas, em especial se elas sofrem de enxaqueca com aura (dores de cabeça, formigamento de braços, visão embaçada e até cegueira). Na lista de causas do AVC precoce, além do fumo em parceria com a pílula, figuram o uso de drogas (cocaína, heroína e crack), o sedentarismo, a hipertensão e a obesidade.
Ainda que os “males da modernidade” preocupem os neurologistas, não são os fatores externos os únicos responsáveis pelo AVC. Antes dos 45 anos, o neurologista Maurício Friedrich – um dos autores da mais completa pesquisa sobre o AVC no País – diz que as doenças cardíacas são grandes desencadeadores do problema. “Muitas vezes só descobertas, depois que a pessoa sofre um acidente vascular cerebral”, afirma o médico.
Sem motivo aparente
Myrna, 35 anos, entrou para a estatística do AVC aos 34 anos e o que motivou o acidente não foi nenhum dos fatores externos. Magra, alimentação saudável, pressão baixa são suas características. “Fiquei durante nove horas no pronto-socorro de um hospital tomando Dramin (remédio para enjôo). Só suspeitaram de algo mais grave no final da noite. Com certeza se eu fosse uma idosa teriam identificado a causa mais cedo”. Foram 35 dias de internação. Myrna não ficou com nenhuma sequela do AVC, mas não quis se identificar nesta reportagem por medo das repercussões negativas que o AVC pode trazer em seu emprego e meio social.
O neurologista infantil do Hospital Darcy Vargas, Paulo Breinis, afirma a falta de motivo aparente para o AVC é recorrente, especialmente nos casos mais precoces. “Em 30% dos pacientes com menos de 18 anos não conseguimos identificar uma causa para o acidente vascular cerebral”, afirma o médico.
Cuidado com a saúde
Ainda que nem todas as causas sejam claras, a constatação de que a doença pode aparecer cedo reforça que o hábito de medir a pressão e fazer exames cardiovasculares de forma periódica não deve ficar “só para mais tarde”, afirma o neurologista Maurício Friedrich.
“Temos clareza de que o AVC é uma causa de incapacidade em pessoas jovens. Pode acontecer no grupo etário menor de 45 anos e merece toda a atenção”, afirma ele que analisou o prontuário de 682 pessoas internadas com AVC hospitais de Salvador e Porto Alegre.
No estudo ficou constatado que 7,5% sofreram o problema antes de completar o 50º aniversário. Dois em cada dez destes pacientes mais jovens foram vítimas da arteriosclerose, a placa de gordura que entope as veias, causada em especial por colesterol, hipertensão e fumo. Há 20 anos, só 5% dos casos no grupo com menos idade tinham como esta a causa principal do AVC, um termômetro de que os hábitos não saudáveis avançaram 15 pontos porcentuais nas estatísticas.
Cuidem-se todas e até amanhã
Por
Beth Vasconcelos
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