Olá meninas, linda terça feira para vocês.
Hoje nosso assunto é um texto de Luiz Alberto Hanns
- colunista do Delas
Onde se questiona se é possível superar uma
traição.
Em sua estreia no iG, o terapeuta Luiz Alberto
Hanns fala sobre a infidelidade em artigos que vão dos motivos para trair às
pesquisas que mostram como casais superam o problema.
Vejamos na íntegra.
Dr.Luiz Alberto Hanns |
Neste e nos próximos três artigos da nova coluna
"Vida a Dois" no Delas, vamos falar de modos como muitos casais
superam este trauma e sobre os que não conseguem. Um primeiro passo para lidar
com uma infidelidade do parceiro é entender o que se passou. Veja abaixo alguns
padrões típicos de infidelidade que devem ajudá-la a entender, o que é um
primeiro passo para enfrentar e talvez superar a situação.
E lembre-se que ser infiel não é visto hoje como um
desvio de caráter, tampouco é algo incomum. Na maioria dos países ocidentais,
homens e mulheres traem na mesma porcentagem. Isso não significa que seja uma
coisa boa ou que você tenha de aceitar, mas talvez você decida que consegue e
quer lidar com a situação.
Só o primeiro dos motivos está ligado a problemas
no casamento. Os outros têm mais a ver com contextos sobre os quais você pouco
ou nada poderia fazer.
1. Seu parceiro poderia estar infeliz porque havia
dificuldades importantes no casamento. Por exemplo, faltava entendimento sexual
ou havia divergências sobre temas domésticos e familiares (educação de filhos,
sogros, gastos, etc), ou ainda falta de interesses comuns. Talvez isso tenha
acontecido desde sempre ou as coisas se deterioraram ao longo do tempo. Mas
outros aspectos podem ser importantes, não diretamente ligados a uma crise de
casamento.
2. Pode ser que seu parceiro tenha começado um
flerte por um misto de curiosidade e autoafirmação, sem se dar conta da
dimensão que viria a adquirir. Há flertes recreativos que permitem exercitarmos
uma dimensão que os melhores casamentos apagam: a conquista, a sedução. Muitos flertes
recreativos ficam restritos à esfera de jogo, não vão além. Mas alguns evoluem.
3. Há casos que se iniciam pelas circunstâncias e
não por um interesse amoroso imediato. Por exemplo, entre pessoas que convivem
intensamente e têm interesses em comum, digamos no trabalho, na prática de um
hobby ou de esportes. Aos poucos e a partir do convívio e do compartilhamento
de afinidades intensas, uma eventual simpatia anterior se transforma em desejo
sexual e talvez em amor.
4. Também há pessoas que tiveram poucas aventuras
amorosas antes de se casar, ou acham que não foi o suficiente e anseiam por
vivenciar mais. Mesmo amando muito o parceiro, precisam de uma temporada para
experimentar essas vivências. Na meia-idade, sobretudo homens acham que esta
será a última fase para viver algo nunca vivido antes, ou que anseiam por
“reeditar”.
5. Há homens e mulheres cujas características
psicológicas não favorecem a monogamia. Pessoas de temperamento inquieto, que
têm dificuldade em lidar com situações previsíveis, às vezes se sentem
sufocados na moldura de um casamento. Existem também pessoas com compulsão a
seduzir. E há aqueles capazes de amar diversas pessoas ao mesmo tempo. Por mais
que eles amem o cônjuge, podem necessitar experiências extraconjugais.
6. Há ainda as situações em que, conscientemente ou
não, o sujeito busca uma relação extraconjugal por necessidade de conferir como
anda seu casamento, fazendo comparações. São os casos que, se não forem
descobertos, podem até oxigenar e reforçar o casamento.
7. Há casos fulgurantes, em que ocorre uma paixão à
primeira vista, um encontro explosivo com uma “alma gêmea” ou com “um corpo que
se encaixa”, algo que logo de início se mostra poderoso, que atropela os anos
de compromissos, cumplicidade e magia que havia no casamento. Talvez você
tivesse uma boa relação com o seu parceiro, mas em um caso assim ele se vê
capturado, quase abduzido por uma experiência eletrizante que o desestabiliza.
8. Existe a infidelidade como valor da subcultura
masculina, que ocorre em países como o Brasil e outros com uma herança machista
latina (há versões análogas em sociedades asiáticas e africanas). Em paralelo
ao casamento com a esposa imaculada (e muito amada), há a farra com amantes ou
prostitutas. É um modo de vida farrista do macho latino, muitas vezes praticado
pela turma desde o namoro ou noivado, e que nada tem a ver com o desgaste da
relação.
9. Em alguns casos, o caso extraconjugal se refere
a uma reorientação sexual. Sobretudo homens podem ter vivido longos períodos
fermentando e reprimindo tendências homossexuais ou transsexuais. Mesmo amando
seus parceiros, podem ter experiências ocasionais para se manter emocionalmente
equilibrados ou como trampolim para assumir uma nova sexualidade.
Há, enfim, inúmeras configurações ligadas a
aspectos individuais, além da clássica ideia de que só existem casos
extraconjugais quando a dinâmica do casamento se deteriora. Estas motivações
para um caso extraconjugal valem para os dois gêneros, embora o homem tenda a
trair mais para ter variação e a mulher, para ter aventura.
E para quem gostou do assunto o articulista promete
nos próximos artigos falar sobre a superação do trauma de uma traição, mas já
será um bom começo começar a pensar nas possíveis causas do que ocorreu em vez
de apenas condenar seu parceiro ou se considerar uma fracassada.
Adoramos e desde já agradecemos ao articulista do
site Dr. Luiz Alberto Hanns pelos excelentes esclarecimentos.
Beijão para todas as amigas e até amanhã.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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