Olá amigas do Lady Chic
Blog, chegou segunda feira novamente e com ela, mais oportunidades de
crescimento pessoal em todos os sentidos.
Hoje nosso artigo é uma
jóia de Verônica Mambrini, iG São Paulo, abordando o tema: Minha amiga foi
traída: conto ou não conto?
A autora inicia afirmando
que descobrir uma traição é sempre um fardo. Lidar com a situação não é fácil
para os envolvidos, nem para as testemunhas.
E vocês já passaram por
esse dilema do “Conto ou não Conto”?
Vamos ver os detalhes.
Mesmo quem não tem vocação
para fofoqueiro e detesta se intrometer na vida dos outros pode acabar na
saia-justa: acidentalmente, você descobre que sua melhor amiga está sendo
traída. O que fazer? Contar para protegê-la? Arriscar-se a levar a fama de
fofoqueira ou até de perder a amizade? Simplesmente não se meter na vida
alheia? “Contar ou não é sempre uma decisão difícil, que acarreta
consequências”, afirma o psicólogo carioca Marcelo Quirino.
A produtora Liliane
Ferrari, 35 anos, prefere silenciar. Uma amiga do clube que ela frequenta está
sendo traída – o parceiro dela é ex de outra amiga de Liliane, e ela sabe que
acontecem “recaídas” entre os dois. De acordo com a produtora, a regra do
silêncio evita confusão e pessoas mais magoadas ainda. “Eu acho que é a pior
coisa apontar esse tipo de situação. Num relacionamento, tudo se dá entre duas
pessoas, que podem conviver com realidades e acordos que não vêm ao caso para
mais ninguém além do casal”.
Mas ficar em silêncio tem
suas implicações também. “É uma questão ética, que põe em jogo valores
pessoais. Quem está nesse dilema precisa avaliar que tipo de valores tem o
casal. Será que eu posso me meter na vida do outro ou não?”, discute Quirino.
Ele acredita que há quatro fatores a serem levados em conta: a proximidade e
intimidade com o traído, a personalidade dessa pessoa – se ela é estável e
suporta ouvir uma notícia como essa -, se a relação com o suposto traidor é
monogâmica ou aberta, e se não é o caso de uma relação sadomasoquista, de
codependência, em que é inútil interferir. “Neste caso, a pessoa sabe que é
traída, mas continua o relacionamento. Contar, assim, é perda de tempo, e você
corre o risco de perder a amizade”, afirma o psicólogo.
Depois de ser acusada de
intrometida, a bibliotecária e arquiteta da informação Carolina Fraga, 22 anos,
não interfere mais. Uma amiga dela decidiu reatar com um ex, ao mesmo tempo em
que Carolina já tinha visto o rapaz acompanhado de uma loira. “Avisei-a de que
ela não era a única. Ela desistiu de sair com ele”. Um dia, ele apareceu na casa
da amiga acompanhada de uma loira. Nem era a moça em questão, mas foi
suficiente para a amiga de Carolina se desestabilizar e armar um barraco. “Ela,
sem querer assumir que teve uma reação desmedida, disse que eu deveria ter
ficado na minha e nunca comentado, e que assim ela não teria reagido dessa
forma. Disse que eu falava demais”. A amizade de 16 anos ficou abalada, e
Carolina se prometeu nunca mais repetir a experiência.
“De modo geral, a
infidelidade é considerada um assunto restrito ao casal, em que cabe a ambos a
responsabilidade pela resolução da situação”, afirma a antropóloga Francisca
Luciana de Aquino, mestra pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que
estudou a infidelidade através dos mecanismos de fofoca. “Contar ao amigo que
ele está sendo traído é se ‘intrometer’ e até mesmo se comprometer com a
suposta traição”, diz a antropóloga.
Além disso, cabe ao amigo
“delator” o ônus da prova. “Contar a traição ao outro pressupõe prová-la. Ao
mesmo tempo, ninguém quer ser responsabilizado pelo término de um
relacionamento conjugal”, constata Francisca, da UFPE.
Laços abalados
Quem conta pode acabar
também na posição de traída. A webwriter Lis Comunello, 35 anos, se sentiu
desamparada quando a melhor amiga preferiu acreditar no namorado em vez dela.
“Eu tinha 17 anos, minha amiga 16. Nos conhecíamos há 6 anos e éramos grudadíssimas.”
Ambas foram fazer o colegial numa cidade maior, e a amiga de Lis começou a
namorar. A webwriter acabou descobrindo diversas “puladas de cerca” do namorado
da melhor amiga, e depois de semanas de indecisão, pensando na melhor maneira
de contar à amiga, tomou coragem. “À ela, ele negou e ainda disse que eu estava
inventando porque estava apaixonada por ele”. Lis ficou tão magoada que se
afastou. “Acreditei que ela confiaria em mim e acabei me sentindo traída”,
desabafa. “Nunca mais consegui me abrir com ela, por pior que eu estivesse”.
Mais grave ainda é quando
a traição envolve família. Filhos que descobrem que um dos pais trai o outro
acabam carregando um peso muito grande até a situação ser resolvida, e, muitas
vezes, restam sequelas, como a quebra de confiança nos relacionamentos. “Quanto
menor é o filho que descobre, mais é necessário dizer ‘não é sua culpa’”,
explica o psicólogo. Entre adolescentes e adultos a conversa franca é o melhor
canal para resolver a situação. “É preciso falar com o pai ou mãe traidor para
que ele saiba como se sente. Não é uma responsabilidade que ele deve carregar
sozinho, e um pai ou mãe que não sai desse impasse deixa o filho na posição de
traidor também.”
E quem prefere saber?
Embora a professora Elisa
Silva, 40 anos, já tenha perdido a proximidade de uma amiga por alertá-la de
que o parceiro dela era mulherengo, agradece por ter sido avisada. “Nesse caso,
a traída fui eu e quem contou a safadeza do meu ex foi um amigo”, diz. Elisa
vivia no Rio de Janeiro e seu namorado em São Paulo, onde ele mantinha outra
namorada. A namorada e Elisa tinham um amigo em comum, que percebeu a
“coincidência” e a avisou. “É lógico que terminei, que o ex negou, que quando
eu fui irredutível ele correu para a outra namorada, que me encarou como se eu
fosse só um ‘casinho de quase um ano’”. Elisa é feliz de ter sido alertada, mas
nem toda história acaba assim, bem resolvida.
“De modo geral, o que se
cala não é mal visto socialmente. Em compensação o que fala pode ser
classificado de ‘fofoqueiro’ ou de ‘alguém que gosta de se intrometer na vida
conjugal dos outros’”, confirma Francisca. Na dúvida, vale uma conversa de
sondagem, para que o amigo não acabe ouvindo o que não quer. “É melhor se
orientar pelos valores da pessoa e optar pelo que causa menos dano”, afirma
Marcelo Quirino. E tendo feito a escolha de contar ou não, seguir sem culpa e
torcer por um desfecho tranquilo.
Um lindo dia para todas
vocês com votos de muito sucesso e sem fofoca.
Lady Chic
Por
Beth Vasconcelos
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